CONHEÇA NOSSOS eixos TEMÁTICoS

Os eixos temáticos foram pensados para fornecer ao participante as linhas de pesquisas mais importantes e inovadoras da área! Verifique as ementas e escolha a que mais se adequa ao seu trabalho!

  Embora o trabalho doméstico e de cuidados continue tradicionalmente associado às mulheres, reforçando desigualdades de gênero e perpetuando a divisão sexual do trabalho, nas últimas décadas a participação masculina nessas atividades tem se tornado objeto crescente de debate. Esse fenômeno reflete, em parte, as transformações sociais e as demandas por igualdade de gênero impulsionadas por movimentos feministas, mas também é tensionado por mudanças no mercado de trabalho e nas expectativas em torno das masculinidades. Tais mudanças questionam as fronteiras rígidas dos papéis de gênero, pois os papéis masculinos são construídos e reproduzidos em diferentes contextos, desde os mais periféricos até os espaços rurais ou urbanos e de variadas classes sociais. Este eixo temático propõe uma reflexão crítica sobre as dinâmicas que envolvem os homens nas tarefas domésticas e nas responsabilidades de cuidado, analisando como essas interações são mediadas por questões interseccionais (como idade, raça, classe social, deficiência, orientação sexual, paternidade e regionalidades). Ao explorar como as dinâmicas familiares, sociais e de trabalho podem ser ressignificadas pela maior participação masculina, e em que medida essa participação efetivamente contribui para a redistribuição do trabalho doméstico, pode-se promover práticas mais igualitárias e questionar as bases estruturais da desigualdade de gênero. Ao adotar essa perspectiva ampliada, busca-se compreender os desafios sociais, culturais, históricos e econômicos que limitam ou incentivam a inserção masculina no trabalho reprodutivo. Para tanto, espera-se a contribuição de estudos que tragam tanto a perspectiva dos próprios homens quanto a de mulheres, crianças e outras pessoas envolvidas nas relações domésticas e de cuidado.
 
  Although domestic and caregiving work remains traditionally associated with women, reinforcing gender inequalities and perpetuating the sexual division of labor, in recent decades, male participation in these activities has become an increasingly debated topic. This phenomenon reflects, in part, the social transformations and demands for gender equality driven by feminist movements but is also influenced by changes in the labor market and shifting expectations around masculinities. Such changes challenge the rigid boundaries of gender roles, as male roles are constructed and reproduced in various contexts, ranging from peripheral areas to rural and urban spaces and across different social classes.This thematic axis proposes a critical reflection on the dynamics involving men in domestic tasks and caregiving responsibilities, analyzing how these interactions are mediated by intersectional issues (such as age, race, social class, disability, sexual orientation, fatherhood, and regional contexts). By exploring how family, social, and work dynamics can be redefined by increased male participation and to what extent this participation effectively contributes to the redistribution of domestic work, it is possible to foster more egalitarian practices and question the structural foundations of gender inequality.Adopting this broadened perspective aims to understand the social, cultural, historical, and economic challenges that either limit or encourage male involvement in reproductive work. To this end, contributions are expected from studies that consider both men’s perspectives and those of women, children, and other individuals involved in domestic and caregiving relationships.


Coordenadores/Coordinators:
MARCOS VINICIUS DALAGOSTINI BIDARTE (UFRGS)
MARIA BEATRIZ RODRIGUES (UFRGS)

  A prática das ações afirmativas nas instituições educativas, o sistema de cotas, que determina vagas a serem preenchidas por pessoas de grupos minorizados, estão constantemente sendo questionados. Os casos de violência escolar têm crescido na realidade brasileira, manifestando-se de diversas formas, geralmente baseadas em preconceitos contra minorias sociais, desigualdades são reproduzidas dentro do ambiente escolar, como o racismo e a LGBTfobia. Os temas envolvendo gênero e sexualidades têm se configurado nos mais polêmicos na elaboração e implementação de políticas educacionais brasileiras. Servidores/as públicos percebem a necessidade de combater preconceitos e desigualdades, presentes em sua instituição, e buscam atuar no combate aos processos de homofobia, sexismo, capacitismo, racismo e violências praticadas devido à orientação sexual e identidade de gênero, no ambiente escolar. Esforços realizados em Institutos Federais resultaram em normativas para garantir acesso e permanência de grupos historicamente excluídos do processo de escolarização. Políticas de inclusão e diversidade tem sido formuladas e institucionalizadas nos Institutos Federais, núcleos específicos para implementar ações nas suas unidades e têm se mostrado uma importante contribuição, pois buscam envolver toda a comunidade escolar, como também, mobilizar a comunidade externa. Neste eixo temático buscamos discutir as iniciativas de ações nos Institutos Federais de Educação Profissional e Tecnológica acerca dos temas de gênero, sexualidades e acolhimento à população trans. Propomos debater estratégias para colocar em ação e ampliar os efeitos de documentos legais que promovem a inclusão e equidade no cotidiano dos Institutos Federais de Educação Profissional e Tecnológica. Neste simpósio buscamos um espaço de discussão acerca das intervenções que estão sendo conduzidas nestas instituições, e compartilhar as experiências de agentes públicos que estão atuando na implementação destas políticas.
 
  Affirmative action practices in educational institutions, such as quota systems that allocate positions to individuals from minority groups, are constantly under scrutiny. Cases of school violence have been increasing in Brazil, manifesting in various forms, often rooted in prejudices against social minorities. Inequalities, such as racism and LGBTphobia, are perpetuated within the school environment. Topics involving gender and sexuality have become some of the most controversial in the formulation and implementation of Brazilian educational policies.Public servants recognize the need to combat prejudice and inequality present in their institutions and strive to address processes of homophobia, sexism, ableism, racism, and violence related to sexual orientation and gender identity in schools. Efforts made within Federal Institutes have led to the creation of regulations to ensure access and retention for groups historically excluded from educational processes. Policies promoting inclusion and diversity have been developed and institutionalized in these institutes, with dedicated units implementing actions across their campuses. These efforts have proven to be significant contributions, involving not only the school community but also engaging external communities.This thematic axis aims to discuss initiatives within Federal Institutes of Professional and Technological Education related to gender issues, sexualities, and the inclusion of the transgender population. We propose to explore strategies to implement and amplify the impact of legal frameworks that promote inclusion and equity in the daily operations of these institutions. This symposium seeks to create a space for dialogue about the interventions underway in these institutions and to share the experiences of public agents working to implement these policies.
 
Coordenadoras / Coordinators:
ELIANA TERESINHA QUARTIERO (IF CATARINENSE)
CELINA ROSA DOS SANTOS (IFBA)
JULIANA PREDIGER (IFRS)
  Esse simpósio tem como objetivo oportunizar um espaço/tempo de discussão sobre os corpos, os gêneros e as sexualidades e os modos como essas temáticas vêm sendo (re)produzidas em diversos artefatos culturais, tais como as mídias contemporâneas e também em espaços educativos, escolares e não escolares. A construção de espaços para visualização e discussão de estudos que tenham como objeto de análise artefatos culturais – tais como: revistas, programas de televisão, filmes, propagandas, redes sociais, internet, entre outros – nos possibilita problematizar o quanto esses espaços são construídos por pedagogias culturais que nos ensinam modos de viver e perceber os sujeitos, as relações entre os mesmos e as próprias dinâmicas sociais; bem como uma relevante ferramenta didático-pedagógica de ensino. Nesse sentido, o uso de diferentes artefatos possibilita, na escola e na universidade, o problematizar das diferentes representações e significados sociais atribuídos às temáticas em destaque nesta proposta. Na formação inicial e continuada de professores/as, esses artefatos culturais também têm sido objeto de discussão, possibilitando ampliar o entendimento de que vários são os espaços formais e não formais que possuem pedagogias, ou seja, não são apenas artefatos de informação ou entretenimento, mas formas de conhecimento que interpelam os sujeitos e suas relações com os demais. Desse modo, o simpósio temático busca abarcar trabalhos que discutam as questões relativas aos corpos, aos gêneros e às sexualidades e também possibilite a promoção de discussões acerca desses tantos outros espaços que nos educam e que nos constituem enquanto sujeitos.
 
 
  This symposium aims to provide a space and time for discussion about bodies, genders, and sexualities, as well as the ways these topics have been (re)produced in various cultural artifacts, such as contemporary media and educational spaces, both formal and informal. Creating spaces for the visualization and discussion of studies that analyze cultural artifacts—such as magazines, television programs, films, advertisements, social media, the internet, and others—allows us to critically examine how these platforms are shaped by cultural pedagogies. These pedagogies teach us ways of living, perceiving individuals, understanding relationships, and navigating social dynamics, while also serving as significant didactic-pedagogical tools for education.In this sense, the use of different artifacts enables schools and universities to explore and critique the varied representations and social meanings attributed to the topics highlighted in this proposal. In the initial and ongoing training of teachers, these cultural artifacts have also become a subject of discussion, expanding the understanding that formal and informal spaces alike contain pedagogies. These artifacts are not merely sources of information or entertainment but also forms of knowledge that shape individuals and their relationships with others.Thus, this thematic symposium seeks to include works that address issues related to bodies, genders, and sexualities while also promoting discussions about the many other spaces that educate and shape us as individuals.
 
Coordenadoras / Coordinators:
JOANALIRA CORPES MAGALHÃES (FURG)
JULIANA RIBEIRO DE VARGAS (UFRGS)
CARIN KLEIN (UFRGS)
  Este simpósio objetiva promover um debate interdisciplinar sobre as práticas de leitura e escrita com mulheres privadas de liberdade, direcionadas para a remição de pena. Trata-se, especificamente, de uma reflexão sobre a experiência literária por meio da efetivação do direito à educação. A remição pela leitura ocorre a partir de diferentes ações socioeducativas e culturais desenvolvidas nos sistemas penitenciários do Brasil. De forma mais abrangente, consideramos nessa abordagem as expressões simbólicas da palavra representativas do corpo feminino privado de liberdade e que permitem a expressão dos traumas enfrentados sob os sistemas de poder e opressão. Desta forma, enfatizamos e visibilizamos a experiência dos corpos femininos como objeto da violência de gênero no sistema prisional, visto sob as lentes de um “estado de coisas inconstitucional”. As diversas violências que abordamos perpassam a violência doméstica, obstétrica, sexual, moral e psicológica, patrimonial. Acreditamos que o debate se estende ao campo da Educação, das Letras e artes, do Direito, das Ciências Humanas e Ciências Sociais Aplicadas. Dessa maneira, serão aceitas contribuições que abordem trabalhos de pesquisa, ações extensionistas e de ativismo em defesa dos direitos humanos, relatos de experiência de diferentes sujeitas/ sociais. Objetivamos assim visibilizar as concepções e práticas de educação com mulheres em contextos de privação de liberdade e aprofundar a reflexão sobre as especificidades das suas experiências de encarceramento ou internação.
 
 
  This symposium aims to promote an interdisciplinary debate on reading and writing practices with women in prison, aimed at sentence reduction. Specifically, it focuses on the literary experience through the realization of the right to education. Remission through reading occurs through various socio-educational and cultural actions developed within Brazil's penitentiary systems. More broadly, this approach considers the symbolic expressions of the word that represent the female body deprived of liberty, allowing for the expression of the traumas faced under systems of power and oppression. In this way, we emphasize and highlight the experience of female bodies as objects of gender violence within the prison system, viewed through the lens of an "unconstitutional state of affairs." The various forms of violence we address include domestic, obstetric, sexual, moral, psychological, and patrimonial violence. We believe that the debate extends into the fields of Education, Language and Arts, Law, Human Sciences, and Applied Social Sciences. Thus, we welcome contributions that address research work, extension activities, and activism in defense of human rights, as well as experiential reports from different social subjects. Our goal is to bring visibility to educational concepts and practices with women in contexts of deprivation of liberty and deepen the reflection on the specificities of their incarceration or institutionalization experiences


Coordenadoras / Coordinators:
CLAUDIA CARNEIRO PEIXOTO (FURG)
KELLEY BAPTISTA DUARTE (FURG)
ANA C F GODINHO (UFRGS)
  Situado no campo dos estudos feministas, este eixo temático busca criar um espaço de diálogo, crítica e construção coletiva, enfatizando a importância de uma política feminista comprometida com a vida e com os corpos lésbicos sapatão, suas múltiplas formas de resistência e possibilidades de existência plena. Tem como objetivos: a) explorar as múltiplas dimensões e significados do corpo lésbico sapatão (entre outras anunciações de si) como forma de resistência e reivindicação de uma política feminista de vida; b) debater a urgência de uma política feminista que reconheça e valorize as vivências lésbicas sapatão; c) propor estratégias de visibilidade e resistência às opressões que atravessam o corpo lésbico, especialmente daquelas que perturbam o gênero; d) promover o diálogo entre diferentes perspectivas teóricas e ativistas que contribuem para a construção de sentidos para o corpo lésbico sapatão. Discussões que reconhecem o corpo não apenas como um espaço biológico, mas como uma construção sociocultural carregada de significados, lutas e intersecções de gênero, raça/etnia, sexualidade, classe, território, geração, poder etc., pois em diversos contextos globais, o corpo lésbico sapatão é um campo de disputa: ora silenciado e invisibilizado, ora hipersexualizado e objetificado pelas normas heteropatriarcais. Serão acolhidos trabalhos que abordem as seguintes temáticas: 1) Política do corpo lésbico sapatão: Analisando o corpo lésbico sapatão como um ato político, rompendo com os discursos que o desumanizam e invisibilizam, configurando-se como um lugar de luta e insurgência; 2) Intersecções: Como a sociedade impõe barreiras ao corpo lésbico sapatão, através de opressões que se entrelaçam, e as formas de resistência a essas violências; 3) Afeto, desejo e artes: Investigando as práticas de amor e desejo lésbico sapatão como formas de resistência à normatividade heterossexual, e como essas vivências podem reestruturar formas de relacionamento, assim como o uso das artes como dispositivo teorizante e estético; 4) Territorialidade do corpo lésbico sapatão: Examinando como o corpo lésbico sapatão é posicionado nos espaços públicos e privados, e como criam novos significados políticos e subjetivos para a existência lésbica sapatão; 5) Saúde mental e bem-estar: Considerando os desafios enfrentados por lésbicas sapatão em relação à saúde mental e ao bem-estar dentro de uma sociedade que frequentemente deslegitima suas identidades e vivências.
 
  Situated within the field of feminist studies, this thematic axis aims to create a space for dialogue, critique, and collective construction, emphasizing the importance of a feminist politics committed to life and to lesbian sapatao bodies, their multiple forms of resistance, and possibilities for full existence. The objectives are: a) To explore the multiple dimensions and meanings of the lesbian sapatao body (among other self-annunciations) as a form of resistance and a claim for a feminist politics of life; b) To debate the urgency of a feminist politics that recognizes and values lesbian sapatao experiences; c) To propose strategies for visibility and resistance to the oppressions that affect the lesbian body, especially those that disrupt gender norms; d) To promote dialogue among different theoretical and activist perspectives that contribute to the construction of meanings for the lesbian sapatao body. Discussions recognize the body not only as a biological space but as a sociocultural construction filled with meanings, struggles, and intersections of gender, race/ethnicity, sexuality, class, territory, generation, power, etc., since, in various global contexts, the lesbian sapatao body is a field of dispute: sometimes silenced and made invisible, and other times hypersexualized and objectified by heteropatriarchal norms. We welcome works that address the following themes: Politics of the lesbian sapatao body: Analyzing the lesbian sapatao body as a political act, breaking with discourses that dehumanize and make it invisible, positioning it as a site of struggle and insurgency. Intersections: How society imposes barriers on the lesbian sapatao body through overlapping oppressions, and the forms of resistance to these violences. Affection, desire, and the arts: Investigating lesbian sapatao practices of love and desire as forms of resistance to heterosexual normativity, and how these experiences can reshape forms of relationship, as well as the use of the arts as a theorizing and aesthetic device. Territoriality of the lesbian sapatao body: Examining how the lesbian sapatao body is positioned in public and private spaces, and how it creates new political and subjective meanings for lesbian sapatao existence. Mental health and well-being: Considering the challenges faced by lesbian sapatao individuals concerning mental health and well-being in a society that frequently delegitimizes their identities and experiences.
 
Coordenadoras / Coordinators:
ZULEIDE PAIVA DA SILVA (UNEB)
LUCIENE DE OLIVEIRA DIAS (UFG)
GERSIER RIBEIRO DOS SANTOS 
  Abordagens contemporâneas sobre a educação têm denunciado a obsolescência dos modelos educativos legados pelos processos coloniais, tendo em vista problematizar os esquemas excludentes que ainda persistem. De outro modo, por este Eixo Temático, pretendemos enfatizar o corpo e seus discursos, as subjetividades minoradas e as teias de poder que marginalizam, negligenciam ou omitem as dissidências de gênero. Interessa- nos pautar a educação como potência política, como lócus de tensionamentos e eclosão de sujeitos historicamente invisibilizados e, persistentemente, sujeitados as estratégias de normalização. Aqui acolhemos pesquisadoras e pesquisadores empenhados em epistemologias e métodos que contribuam para (re)pensar a educação para além do racionalismo monolítico herdado dos processos coloniais e que, de outra forma, contribuam para uma educação inclusiva aos corpos abjetos, às sexualidades polissêmicas, às subjetividades discordantes e às minorias em suas múltiplas interseccionalidades. Ademais, também interessamos nas várias formas de expressões artísticas e culturais que possam amplificar a força política de uma educação inclusiva, recorrendo a muitas linguagens que pautem corpos dissidentes e temáticas emergentes. O Eixo Temático é aqui apresentado como busca de congregar esses/essas pesquisadores/pesquisadoras que persistam em (re)existir pelas práticas educativas, em suas plurais interfaces. Nessa mesma direção, acreditamos que temáticas em torno do corpo, do gênero e das sexualidades na educação contribuirão para tornar os espaços educacionais muito mais acolhedores às identidades dissidentes.
 
  Contemporary approaches to education have denounced the obsolescence of educational models inherited from colonial processes, aiming to problematize the exclusionary schemes that still persist. In this context, through this Thematic Axis, we aim to emphasize the body and its discourses, marginalized subjectivities, and the webs of power that marginalize, neglect, or omit gender dissidences. We seek to frame education as a political force, as a locus of tensions and the emergence of historically invisible subjects who have been persistently subjected to normalization strategies. We welcome researchers committed to epistemologies and methods that contribute to rethinking education beyond the monolithic rationalism inherited from colonial processes, and that, in other ways, contribute to an inclusive education for abject bodies, polysemic sexualities, discordant subjectivities, and minorities in their multiple intersectionalities. Furthermore, we are also interested in various forms of artistic and cultural expressions that can amplify the political power of inclusive education, using diverse languages to highlight dissident bodies and emerging themes. This Thematic Axis is presented as a space for gathering researchers who persist in (re)existing through educational practices in their plural interfaces. In this same direction, we believe that themes surrounding the body, gender, and sexualities in education will help make educational spaces more welcoming to dissident identities.

Coordenadores / Coordinators:
LUCAS AGUIAR TOMAZ FERREIRA (UFS)
CÉLIO SILVA MEIRA
RONEY GUSMÃO (UFRB)
  A quem tem (des)feito o corpo (organismo) no caos das existências possíveis, convidamos a inventar conosco este GT, outro corpo, fraturado, desterritorializado, desorganizado, desordenado, nas experiências comunitárias, ativismos, leituras, escrevivências, pesquisas, artes teatrais, musicais, dançantes, entre tantas outras maneiras coletivas ou mesmo solitárias de invenção da vida. Corpos que não permanecem os mesmos, tornam-se insurgentes, agenciados por afectos e perceptos no caos das existências. Corpos que se aventuram aos encontros, aos acontecimentos de outro corpo possível, imanente e em composição de linhas, forças, movimentos, deslocamentos, deslizamentos, atravessamentos, agenciamentos, expansão de potências, dobras e criações. Algo por vir, diferentemente do que se passou em cada circunstância, seja em instantes tristes ou alegres de diminuição ou expansão de potências do sentir, do pensar e do viver. Potências ativas conduzem os corpos à criação de novos encontros, afetações intensivas e alegres. Potências passivas induzem afetos tristes porque não permitem ao corpo experimentar o que pode. O padrão, o majoritário, o universal induzem ao limite, ao controle, à representação e à imposição. Metanarrativas e poderes dominantes esquadrinham e hierarquizam corpos ao nomeá-los pelos códigos classificatórios binários, cis-heteronormativos, patriarcais e coloniais, ou seja, todas as práticas excludentes e legitimadoras de sistemas de veracidades universalizantes e poderes fascistas. Nos movimentos de conjunção ou dispersão de forças, existências são experimentadas, corpos são acoplados ao sócio, ao mesmo tempo que podem não ser seduzidos pelo poder, não amar o poder, não desejar o fascista que habita cada vivente. Isso requer o combate sem trégua e em múltiplas frentes às formas brutais de manifestação implícita ou explícita da colonialidade e do fascismo contemporâneo em suas inúmeras expressões. Experimentar encontros intensivos e alegres, aqueles que expandem potências ativas e se estendem de um corpo ao outro, criando outros corpos possíveis, torna-se acontecimento, deixando rasgos no caos.
 
  To those who have (un)done the body (organism) in the chaos of possible existences, we invite you to invent with us this GT—another body, fractured, deterritorialized, disorganized, unordered, in communal experiences, activism, readings, writings, research, theater, music, dance, and many other collective or even solitary ways of inventing life. Bodies that do not remain the same, becoming insurgent, agitated by affections and percepts in the chaos of existences. Bodies that venture into encounters, into the events of another possible body, immanent and in composition of lines, forces, movements, displacements, slides, crossings, agencies, expansion of powers, folds, and creations. Something to come, differently from what happened in each circumstance, whether in moments of sadness or joy, of the diminishment or expansion of the powers of feeling, thinking, and living. Active powers lead bodies to create new encounters, intensive and joyful affectations. Passive powers induce sad affections because they do not allow the body to experience what it can. The standard, the majority, the universal induce limitation, control, representation, and imposition. Metanarratives and dominant powers scrutinize and hierarchize bodies by naming them through binary, cis-heteronormative, patriarchal, and colonial classificatory codes, that is, all excluding practices that legitimize systems of universalizing truths and fascist powers. In the movements of conjunction or dispersion of forces, existences are experimented with, bodies are coupled with the social, while they may not be seduced by power, not love the power, not desire the fascist that inhabits each living being. This requires relentless combat on multiple fronts against the brutal manifestations, implicit or explicit, of coloniality and contemporary fascism in their many expressions. Experimenting with intensive and joyful encounters—those that expand active powers and extend from one body to another, creating other possible bodies—becomes an event, leaving tears in the chaos.
 
Coordenadoras / Coordinators:
DULCE MARI DA SILVA VOSS (UNIPAMPA)
ELIADA MAYARA ALVES KRAKHECKE (UFPEL)
DANIELA DELFIM CRUZ
  O território curricular é um espaço de investimento de muitas políticas normalizadoras, que cerceiam e matam muitos corpos que não aceitam suas “verdades”. Ao mesmo tempo, a vida insiste em existir e resistir de diferentes maneiras. No Brasil, as constantes disputas em torno das pesquisas que acionam o tema currículo, gênero e sexualidade efervescem o campo de batalhas. Atualmente, também entram nesse campo acirrado, perspectivas outras, Cuir, epistemologias trans e perspectivas transfeministas, fazendo chacoalhar o campo da pesquisa em currículo. À vista disso, os debates que envolvem educação, por exemplo que são marcadas por tais perspectivas tem uma relevância para pensarmos (re)configurações das interações de currículo, gênero e sexualidade. Sendo assim, a proposta é tecer outros caminhos teóricos, epistemológicos e metodológicos compreendidos a partir / com as dissidências para pesquisas que dialogam no/com os currículos, vozes, narrativas, práticas, que endereçam aos silenciamentos estruturado pela colonialidade capitalismo, racismo, machismo, e todas as demais violências, silenciamentos, esquecimentos destinados a corpas, dissidentes do padrão colonial, branco, cisheterossexista, androcêntrico e nortecêntrico. São as resistências inventivas que não deixam o curricular sufocar e sucumbir, que pedem passagem para criar, inventar, imaginar novos territórios, ao fazer bandos e alianças desde suas precariedades aos campos de batalhas. É nesse sentido que este GT propõe a construção de pontes para a discussão com/sobre sujeitas/os/es às/das margens sobre as interseccionalidades, que (des)mobilizam corpos, saberes, fazeres e práticas que TRANSitam o território curricular que se coloquem na contramão das normativas ocidentais e coloniais de se pensar/fazer currículo, indicando possibilidades outras de produção dos conhecimentos e epistemes. Dito isso, serão bem-vindos textos que acionam referenciais metodológicos insubmissos, cuir, desobedientes que se proponham a (des)essencializar as noções de currículos, (re) fazendo suas muitas composições e invenções, numa rota que acione um diálogo transdisciplinar.
 
  The curricular territory is a space of many normalizing policies that restrict and kill bodies that do not accept their "truths." at the same time, life insists on existing and resisting in different ways. in brazil, the constant disputes around research focusing on the topic of curriculum, gender, and sexuality fuel the battlefields. currently, other perspectives such as queer, trans epistemologies, and transfeminist perspectives are entering this intense field, shaking up the curriculum research arena. in light of this, debates involving education, marked by such perspectives, are relevant to think about (re)configurations of the interactions between curriculum, gender, and sexuality. Therefore, the proposal is to weave new theoretical, epistemological, and methodological pathways understood from/with dissidencies for research that dialogue with/on curriculums, voices, narratives, practices that address the silences structured by coloniality, capitalism, racism, machismo, and all other violences, silences, and forgetting assigned to bodies dissident from the colonial, white, cis-heterosexist, androcentric, and north-centric patterns. it is inventive resistances that prevent the curricular from suffocating and succumbing, demanding space to create, invent, and imagine new territories, forming groups and alliances from their precarities to the fields of battle. In this sense, this working group proposes to build bridges for discussion with/about subjects on/the margins, addressing intersections that (dis)mobilize bodies, knowledges, actions, and practices that transit the curricular territory, placing themselves against western and colonial norms of thinking/doing curriculum, indicating other possibilities for the production of knowledges and epistemes. that being said, we welcome texts that engage unsubmissive, queer, disobedient methodological references that seek to (de)essentialize the notions of curriculum, (re)making its many compositions and inventions in a route that promotes a transdisciplinary dialogue.
 
Coordenadores / Coordinators:
DANILO ARAUJO DE OLIVEIRA (UFMA)
ALFRANCIO FEREIRA DIAS (UFS)
THOMAS CARDOSO BASTOS SANTOS (UFS)
  O Ensino de Ciências e Biologia têm oferecido aos espaços educativos escolares possibilidades de mobilização de forças de combate à lógica da regulação e do controle dos regimes de gênero e sexualidade, provocando-nos a vibrar, para além da excepcionalidade biológica. Por outro lado, também são justificativas para a interdição e estriamento de qualquer possibilidade de diferenças com os corpos, os gêneros e as sexualidades. Os tensionamentos aos processos de prescrição e naturalização em relação aos corpos, gêneros e sexualidades nos contextos educativos do Ensino de Ciências e Biologia, bem como o exercício de abertura e brechas, encorajam-nos em práticas de resistências e na reunião de forças que suscitam saídas inventivas na criação de outros possíveis contra hegemônicos, especialmente os que nos mobilizaram para a proposição do Eixo Temático: Corpos, Gêneros e Sexualidades no Ensino de Ciências e Biologia: brechas e outros possíveis contra-hegemônicos. Enlaçados/as no contexto de espaços educativos, apostamos na experimentação de acionar brechas e outros possíveis, na tentativa de marcar as inúmeras camadas que tonalizam, constituem e produzem modos de conhecer as diferenças. Diante disso, a perspectiva deste ET é promover um espaço de diálogos com as possibilidades de invenções curriculares e experimentações para pensar modos de resistências, esperanças e estratégias de luta para o enfrentamento de movimentos antidemocráticos e reacionários, bem como fugas às formas de controle que se entremeiam aos atuais documentos e políticas educacionais. Nesse sentido, o presente ET espera receber trabalhos de pesquisadoras/es - nos âmbitos brasileiro e internacional -, que abordem pesquisas e reflexões a partir de diferentes referenciais teóricos e metodológicos como: os estudos feministas e de gênero, decoloniais, periféricos, queer, entre outros, em relação aos Corpos, Gêneros e Sexualidades no Ensino de Ciências e Biologia, em torno das seguintes temáticas: 1) políticas públicas, educação; 2) debates críticos sobre as estratégias de resistências; 3) práticas acadêmicas, práticas escolares; 4) narrativas e discursos docentes e de estudantes; 5) formação docente; 6) educação não-formal; 7) relatos e experiências de professoras(es); 8) análises de materiais didáticos ou outras pedagogias culturais; 9) enfrentamento aos negacionismos de gênero; e, 10) gênero, inclusão da diferença / diversidade.
 
  Science and Biology education has provided educational spaces with opportunities to mobilize forces against the regulation and control of gender and sexuality regimes, prompting us to move beyond biological exceptionalism. On the other hand, these subjects also serve as justifications for the interdiction and estrangement of any possibility of difference related to bodies, genders, and sexualities. Tensions surrounding the prescription and naturalization processes in relation to bodies, genders, and sexualities within the contexts of Science and Biology education, as well as the practice of opening breaches, encourage us in resistance practices and in gathering forces that inspire creative exits in the creation of other counter-hegemonic possibilities, especially those that led us to propose this thematic axis: Bodies, Genders, and Sexualities in Science and Biology Teaching: Breaches and Other Counter-Hegemonic Possibilities. Engaged within the context of educational spaces, we bet on the experimentation of activating breaches and other possibilities, aiming to mark the numerous layers that shape, constitute, and produce ways of knowing differences. Thus, the perspective of this thematic axis is to promote a space for dialogue around curricular inventions and experiments to think of ways of resistance, hope, and strategies for confronting anti-democratic and reactionary movements, as well as escapes from forms of control that intertwine with current educational documents and policies. In this sense, this thematic axis expects to receive works from researchers – both from Brazil and internationally – that address studies and reflections from different theoretical and methodological frameworks, such as feminist studies, gender studies, decolonial, peripheral, queer, and others, in relation to Bodies, Genders, and Sexualities in Science and Biology education, around the following topics: 1) Public policies, education; 2) Critical debates on resistance strategies, 3) Academic practices, school practices; 4)Narratives and discourses of teachers and students; 5) Teacher education; 6) Non-formal education 7) Reports and experiences of teachers; 8) Analysis of teaching materials or other cultural pedagogies; 9) Confronting gender denialism; 10) Gender, inclusion of difference/diversity.
 
Coordenadores / Coordinators:
SANDRO PRADO SANTOS (UFU)
BETTINA HEERDT (UNICENTRO)
YONIER ALEXANDER OROZCO MARIN
  O presente grupo de trabalho se destina a dialogar (provocar afetos e costurar redes) sobre temáticas caras aos estudos do campo discursivo, sobretudo, sob a mirada arqueogenealógica foucaultiana. Nesse sentido, o diálogo proposto visa assumir e dar a ver as funções permanentemente retrabalhadas e modificadas no curso das operações dos dispositivos (Lemke, 2024), diversos e ambíguos, que gestam tecnobiopoliticamente corpos, vivências, experiências, a partir de discursos e práticas médicas-científicas-jurídicas-religiosas, respondendo a estratégias de uma governamentalidade tecnobiopolítica e produzindo modos de objetivação e de subjetivação entrelaçados também às resistências possíveis. Serão acolhidos, às discussões deste GT, resumos de investigações e de problematizações que tenham atravessadas precarizações diversas: de corpos, de sexualidades, de gêneros, de racialização, de classes, de saúde, de cibercultura, de crise climática, dentre outras experiências e vivências. Dessa forma, o grupo tem entre seus objetivos discutir as potências das tecnobiopolíticas, na forma das ambiguidades que lhe constituem, do cuidado da população e da otimização da vida, por meio do controle, da vigilância, da regulamentação, da tecnologia, da normatividade e da medicalização. Além disso, este GT está aberto aos emaranhados material-discursivos intra-ativos e difrativos dos novos materialismos, dos pós-humanismos e das teorias com-postas e pós-feministas, caras às costuras propositivas da analítica neomaterialista dos discursos (Butturi Junior; Camozzato, 2023).
 
 
  This working group aims to engage in a dialogue (provoking affections and weaving networks) on themes central to the studies of the discursive field, particularly through a Foucauldian archeogenealogical perspective. In this sense, the proposed dialogue seeks to acknowledge and make visible the functions that are constantly reworked and modified throughout the operations of various and ambiguous dispositifs (Lemke, 2024) that technobiopolitically shape bodies, experiences, and lifeways, through medical-scientific-legal-religious discourses and practices. These dispositifs respond to strategies of technobiopolitical governmentality, producing modes of objectification and subjectification intertwined with possible resistances. This working group welcomes discussions of research summaries and problematizations that address various forms of precarization: of bodies, sexualities, genders, racialization, classes, health, cyberculture, climate crisis, among other experiences and lifeways. In this way, the group's objectives include discussing the powers of technobiopolitics, focusing on the ambiguities that constitute it, the care of populations, and the optimization of life through control, surveillance, regulation, technology, normativity, and medicalization. Moreover, this working group is open to the material-discursive entanglements of new materialisms, posthumanisms, and post-feminist theories, which are integral to the propositional fabric of the neo-materialist discourse analysis (Butturi Junior; Camozzato, 2023).
 
Coordenadoras / Coordinators:
DANDARA SILVEIRA MONTEIRO (UFSC)
CAMILA DE ALMEIDA LARA (IFRS)
BIANCA FRANCHINI DA SILVA (UFSC)
  O presente Eixo tem como objetivo dialogar criticamente a partir das relações entre estudos de Gênero, Feminismos, construções epistemológicas e participação dos corpos dissidentes em sociedade, elaborando não só reflexões quanto a temática feminismo e participação política, como sistematizando subsídios para construção de pesquisas e produtos educacionais que envolvam uma pluralidade de sujeitos, grupos e instituições a partir da perspectiva educacional. Partimos de um amplo olhar sobre a categoria Gênero como elemento construtor das sociedades humanas, suas histórias, ideologias, sistemas econômicos e estruturas políticas. Trazendo as Epistemologias feministas como caminho de ampliação da crítica feminista ao mundo moderno e à ciência antrocêntrica, ampliando as condições de operar dentro do fazer ciência numa perspectiva mais plural e inclusiva. Na perspectiva de construção coletiva de conhecimentos, compreendemos que a tarefa principal da epistemologia consiste na reconstrução racional do conhecimento científico, conhecer, analisar, todo o processo gnosiológico da ciência do ponto de vista lógico, sociológico, interdisciplinar, político, filosófico e histórico. Partimos de uma perspectiva epistemológica intersecional, dialogando criticamente com Gênero, Raça, Classe e os outros tantos e diversos marcadores sociais, buscando acrescentar reflexões e alternativas para uma ciência mais inclusiva, evidenciando que caracterizar o conhecimento científico como superior invisibiliza as/os subalternas/os, tais como as mulheres, as/os negras/os, as/os pobres, etc. A intenção primeira é fazer a ciência mais acessível, capaz de incorporar mais grupos, passando a considerar as particularidades, os paradoxos, as contingências que fazem parte do grande e plural grupo humano. Os movimentos feministas, teóricos e militantes, denunciam o conhecimento ocidental e androcêntrico, anunciando que a ciência implica e é implicada não somente pelo gênero, mas também raça, classe social, sexualidade, cultura e idade; entre outros, criticando à canônica ciência posta como única e universal, movimento a posição das mulheres na sociedade e na produção de conhecimento científico. A epistemologia feminista acrescenta à própria epistemologia outras concepções de saber e de construção do saber, a partir de críticas às pesquisas e às suas justificações, mostrando as diversas desvantagens do lugar da mulher e de outros grupos subalternos na ciência e no mundo.
 
  The purpose of this axis is to engage in a critical dialogue based on the relationships between Gender Studies, Feminism, epistemological constructions, and the participation of dissident bodies in society, developing not only reflections on the theme of feminism and political participation, but also systematizing resources for building research and educational products that involve a plurality of subjects, groups, and institutions from an educational perspective. We start with a broad view of the category of Gender as a key element in the construction of human societies, their histories, ideologies, economic systems, and political structures. We bring feminist epistemologies as a pathway to expand feminist criticism of the modern world and anthropocentric science, enhancing the conditions for working within science from a more plural and inclusive perspective. From the perspective of collective knowledge construction, we understand that the main task of epistemology is the rational reconstruction of scientific knowledge, to understand and analyze the entire gnosiological process of science from logical, sociological, interdisciplinary, political, philosophical, and historical points of view. We adopt an intersectional epistemological perspective, critically engaging with Gender, Race, Class, and other various social markers, seeking to add reflections and alternatives for a more inclusive science, highlighting that characterizing scientific knowledge as superior invisibilizes the subalterns, such as women, Black people, the poor, etc. The primary intention is to make science more accessible, capable of incorporating more groups, considering the particularities, paradoxes, and contingencies that are part of the large and plural human group. Feminist movements, both theoretical and activist, denounce Western and androcentric knowledge, announcing that science is not only influenced by gender but also by race, class, sexuality, culture, and age, among others, criticizing the canonical science presented as the only and universal truth, while advancing the position of women in society and in scientific knowledge production. Feminist epistemology adds other conceptions of knowledge and knowledge construction to epistemology itself, through critiques of research and its justifications, showing the various disadvantages of the position of women and other subaltern groups in science and the world.
 
Coordenadores / Coordinators:
ANA LUIZA SALGADO CUNHA (UESB)
DANIELLA SANTOS MAGALHÃES (UESB)
GLAUBER BARROS (UNEB)
  A proposta deste Eixo Temático objetiva constituir um espaço de debate e interlocuções entre estudos, trabalhos e pesquisas que interseccionem gênero e desenvolvimento profissional de docentes – formação, profissão, valorização, narrativas de si/nós em espaços educativos. Dessa maneira, pretende-se, a partir dos trabalhos problematizar a formação e o exercício profissional docente a partir da perspectiva de gênero e dar visibilidade a proposições teórico-metodológicas e de intervenções que situam a docência e o gênero como espaços de disputas no tempo presente associando ao passado construído nas matrizes patriacarlizadas de países colonizados como o nosso. Nota-se que a construção do magistério e toda sua teoria sobre formar e profissionalizar professoras e professores está sustentado numa história de feminização desse magistério (para alguns níveis) e que anuncia processos de identidades, (des)valorização, (não)reconhecimento, teorizações sobre o que é ser professora-professor a partir de tal referencial. Problematizar as condições do per/ formar/formar-se, as condições de trabalho e reconhecimento social da profissão requer necessariamente reconhecer que a história do magistério é uma história de vida de homens, mas, especialmente de mulheres e sua relação com o mundo do trabalho, de classe e de gênero. Desse modo a ideia de feminização do magistério é articulada à desqualificação e precarização profissional, que nos movimenta para narrar tal história dando sentido cada vez mais aos estudos feministas e de gênero, pós-estruturalistas e pós-colonialistas, suscitando assim olhares diversos e propositivos que visem superações e construção de novos alicerces para pensar formação, trabalho e identidades docentes que provoquem mudanças para gerações futuras na/da/para a docência e seu desenvolvimento profissional na atuação de homens e mulheres na escola e na formação de seres humanos.
 
  The proposal of this Thematic Axis aims to create a space for debate and dialogue between studies, works, and research that intersect gender and teacher professional development – training, profession, valorization, self/narratives in educational spaces. In this way, it seeks to problematize teacher training and professional practice from a gender perspective and give visibility to theoretical-methodological propositions and interventions that position teaching and gender as spaces of disputes in the present time, linking them to the past constructed in the patriarchal matrices of colonized countries like ours. It is noted that the construction of teaching and its entire theory on training and professionalizing teachers is supported by a history of the feminization of teaching (for some levels), which announces processes of identities, (de)valuation, (non)recognition, and theories about what it means to be a teacher from such a framework. Problematizing the conditions of training and being trained, the working conditions, and social recognition of the profession necessarily requires recognizing that the history of teaching is a life story of men, but especially of women, and their relationship with the world of work, class, and gender. Thus, the idea of feminization of teaching is linked to professional dequalification and precarization, which drives us to narrate this history, increasingly giving meaning to feminist and gender studies, post-structuralist, and post-colonial perspectives, thus stimulating diverse and proactive viewpoints that aim for overcoming and building new foundations to rethink training, work, and teacher identities that provoke change for future generations in/of/for teaching and its professional development in the work of men and women in schools and the formation of human beings.
 
Coordenadoras / Coordinators:
TALAMIRA TAITA RODRIGUES BRITO (UESB)
MARIA DA CONCEIÇÃO ALVES FERREIRA
FABIANA CORREIA MOURA (UESB)
  O Eixo tem como objetivo oportunizar espaços de divulgação de pesquisas, discussões e reflexões sobre as tensões e as disputas em torno das questões de gênero e sexualidade no espaço escolar. Ataques que visam o desmonte de políticas públicas e a construção de um ambiente escolar propício ao reconhecimento da diversidade e das diferenças. Conquistas e direitos têm sido ameaçados por discursos reacionários que, insistentemente, deslegitimam e desautorizam a escola e seus e suas profissionais na produção de ações em prol dos grupos minoritários, mormente a comunidade LGBTTQIAPN+. Tais discursos são manejados por grupos que destinam as discussões de gênero e sexualidade aos limites das convicções da família, aumentando a vulnerabilidade dessa comunidade que, cotidianamente, vivencia processos de marginalização e violência. Pretende-se, com esse eixo, problematizar como a instituição escolar tem participado na produção de posições-de-sujeito, especialmente quando estes escapam aos padrões normativos de gênero e sexualidade; constituir-se em espaço de diálogo para trabalhos que tragam à tona falas e vivências de sujeitos considerados desviantes e como suas experiências na escola têm sido afetadas pelos discursos de ódio. Também se pretende que seja um espaço de debate e de reiteração de que as produções de gênero e sexualidade interseccionadas com questões de classe, raça, regionalidade, religiosidade e geração favorecem ao entendimento de como os processos de subalternização de sujeitos já postos às margens são intensificados. Nessa perspectiva, o simpósio acolherá trabalhos que destaquem as formas de resistência aos discursos conservadores e fundamentalistas, e, assim, apontem para os escapes e fugas produzidas pela/na e com a escola, mesmo diante das mordaças contemporâneas. Esperançamos vislumbrar novos horizontes para o fortalecimento das discussões de gênero e sexualidade no currículo e na escola, pois sabemos que os movimentos antigênero ainda persistem. Destacamos que a nossa proposta pensa o currículo a partir da “pedagogia da diferença”, ou seja, problematizando a afirmação e o respeito à diferença na escola e na sociedade. A desconstrução de metanarrativas na escola e no currículo possibilita a implementação de uma agenda que busca discutir os corpos, os gêneros e as sexualidades com vistas à superação da LGBTTQIAPN+fobia e de muitas outras práticas excludentes.
 
  The objective of this thematic axis is to provide spaces for the dissemination of research, discussions, and reflections on the tensions and disputes surrounding gender and sexuality issues in the school environment. Attacks aimed at dismantling public policies and constructing a school environment conducive to the recognition of diversity and differences. Achievements and rights have been threatened by reactionary discourses that persistently delegitimize and disempower schools and their professionals in their efforts to support minority groups, especially the LGBTTQIAPN+ community. These discourses are managed by groups that restrict gender and sexuality discussions to the boundaries of family convictions, increasing the vulnerability of this community, which daily experiences processes of marginalization and violence. With this axis, we intend to problematize how the school institution has contributed to the production of subject positions, especially when they deviate from normative gender and sexuality standards; to establish a space for dialogue on works that bring forward the voices and experiences of subjects considered deviant and how their experiences in school have been affected by hate discourse. We also aim to create a space for debate and reiteration of the idea that the intersections of gender and sexuality with issues of class, race, region, religion, and generation promote a better understanding of how the processes of subalternization of already marginalized subjects are intensified. In this perspective, the symposium will welcome works that highlight forms of resistance to conservative and fundamentalist discourses and, thus, point to the escapes and exits produced by/in and with the school, even in the face of contemporary silencing. We hope to glimpse new horizons for strengthening the discussions of gender and sexuality in the curriculum and in schools, as we know that anti-gender movements still persist. We emphasize that our proposal approaches the curriculum from the “pedagogy of difference,” meaning that we problematize the affirmation and respect for difference in both schools and society. The deconstruction of metanarratives in schools and in the curriculum allows for the implementation of an agenda that seeks to discuss bodies, genders, and sexualities with a view to overcoming LGBTTQIAPN+phobia and many other exclusionary practices.
 
Coordenadores / Coordinators:
PAULA REGINA COSTA RIBEIRO (FURG)
ELENITA PINHEIRO DE QUEIROZ SILVA (UFU)
MARCOS LOPES DE SOUZA (UESB)
  No Brasil, gênero e sexualidade são categorias que têm sido incorporadas na estrutura curricular da formação de professores/as, desde 2006, aspecto que permite problematizar os dispositivos de poder e as desigualdades vinculadas às diferenças econômicas, históricas, linguísticas e/ou sociais que se materializam nos discursos que se constituem e também se re-significam como movimento de resistência, re-existência e preservação da vida, considerando os registros das elevadas estatíticas de violências que tem ceifado a vida da população LGBTQIA+. Dessa perspectiva, este grupo de trabalho busca acolher/debater os resultados de pesquisas, ações extensionistas e experiências desenvolvidas em instituições escolares e não escolares que problematizam a ordem discursiva veiculada na sociedade brasileira, em uma perspectiva interdisciplinar. Visa também estabelecer um diálogo entre a formação docente e essas categorias, buscando fomentar o debate das experiências vividas pelas/os sujeitas/os vulneráveis em uma estrita relação com as contribuições dos/as teóricos/as das ciências humanas e do campo do direito, com vistas à reflexão da constituição de políticas públicas, voltadas para as pedagogias culturais, que têm produzido epistemologias outras que nos oportuniza descolonizar os currículos escolares, os processos de ensino e de aprendizagem e sobretudo, contribuir para o aprimoramento das práticas pedagógicas implementadas em parceria com os/as estudantes ao longo de suas trajetórias de escolarização e de vida.
 
  In Brazil, gender and sexuality are categories that have been incorporated into the teacher education curriculum structure since 2006, an aspect that allows for the problematization of power devices and inequalities linked to economic, historical, linguistic, and/or social differences that materialize in the discourses that are constituted and also re-signified as movements of resistance, re-existence, and preservation of life, considering the records of high violence statistics that have claimed the lives of the LGBTQIA+ population. From this perspective, this working group seeks to welcome/debate the results of research, extension actions, and experiences developed in both school and non-school institutions that problematize the discursive order conveyed in Brazilian society, from an interdisciplinary perspective. It also aims to establish a dialogue between teacher education and these categories, seeking to foster the debate on the experiences lived by vulnerable subjects in close relation to the contributions of theorists from the humanities and the field of law, with a view to reflecting on the constitution of public policies focused on cultural pedagogies, which have produced other epistemologies that allow us to decolonize school curricula, teaching and learning processes, and, above all, contribute to the improvement of pedagogical practices implemented in partnership with students throughout their educational and life trajectories.
 
Coordenadoras / Coordinators:
LÉIA TEIXEIRA LACERDA (UEMS)
CRISTIANE PEREIRA LIMA (UCDB)
  Embora a escola desempenhe um importante papel na formação de valores e na promoção do respeito às diferenças, ela não é o único espaço para a transformação social. Isso porque existem limites, como a resistência cultural e a falta de formação adequada de educadoras/es. Por outro lado, suas potencialidades incluem a promoção de diálogos e a construção de um ambiente inclusivo e democrático. As políticas públicas voltadas para a promoção da igualdade de gênero e dos direitos LGBTQIA+ frequentemente enfrentam resistência em contextos eleitorais. Partidos políticos, visando atender às suas bases eleitorais, muitas vezes priorizam agendas neoconservadoras que limitam avanços em questões consideradas enquanto “pautas de costumes”. A retórica política frequentemente se apoia em valores tradicionais que deslegitimam a luta por direitos e perpetuam narrativas reducionistas e precárias sobre corpos dissidentes. Assim, é crucial que as pautas de inclusão sejam defendidas de maneira contundente no espaço público, garantindo que não sejam relegadas a um segundo plano. O neoconservadorismo, com sua ênfase na moralidade tradicional, contribui para a marginalização de identidades de gênero e orientações sexuais diversas. A ascensão de movimentos que promovem a "família tradicional" e a oposição a políticas de igualdade são frequentemente apoiados por grupos religiosos que veem as mudanças sociais como ameaças a seus valores. Em contrapartida, quanto mais os movimentos reacionários tentam criminalizar discussões sobre gênero e sexualidades, mais se ampliam os espaços que, ao experimentar saídas, desenvolvem soluções criativas que todos nós podemos descobrir, desde que não estejamos excessivamente presos a modelos, estruturas e à inércia. Em tempos onde as imposições neoconservadoras face às políticas educacionais ganham novos contornos, lançamos as seguintes provocações enquanto estratégia de alianças: é possível criar no contexto escolar resistências inventivas contra a LGBTfobia? O que pode o “ chão da escola”?
 
  Although the school plays an important role in shaping values and promoting respect for differences, it is not the only space for social transformation. This is because there are limits, such as cultural resistance and the lack of proper training for educators. On the other hand, its potential includes promoting dialogue and creating an inclusive and democratic environment. Public policies aimed at promoting gender equality and LGBTQIA+ rights often face resistance in electoral contexts. Political parties, seeking to serve their electoral bases, often prioritize neoconservative agendas that limit progress on issues considered as "morality-based agendas." Political rhetoric often relies on traditional values that delegitimize the fight for rights and perpetuate reductionist and inadequate narratives about dissident bodies. Thus, it is crucial that inclusion issues be defended vigorously in the public space, ensuring that they are not relegated to the background. Neoconservatism, with its emphasis on traditional morality, contributes to the marginalization of diverse gender identities and sexual orientations. The rise of movements promoting the "traditional family" and opposing equality policies is often supported by religious groups who view social changes as threats to their values. In contrast, the more reactionary movements try to criminalize discussions about gender and sexualities, the more spaces expand that, by experimenting with exits, develop creative solutions that we can all discover, as long as we are not excessively tied to models, structures, and inertia. In times when neoconservative impositions on educational policies take new forms, we pose the following provocations as a strategy for alliances: is it possible to create inventive resistances against LGBTphobia in the school context? What can the "school ground" do?
 
Coordenadoras / Coordinators:
VIVIANE DE BONA (UFPE)
ALINE RODRIGUES MALTA (UFPE)
DAYANNA LOUISE LEANDRO DOS SANTOS (UFS)
 
 
  Este Grupo de Trabalho visa promover um espaço de discussão interdisciplinar que conecte questões de gênero, corpos e sexualidades às transformações trazidas pelas novas tecnologias, especialmente em seus impactos sociais e legais. Pretende-se explorar a intersecção entre feminismos, teorias decoloniais e pós-identitárias, considerando como raça, classe e etnia se entrelaçam com as discussões nos espaços digitais. O foco central recai sobre o modo como a tecnologia contemporânea, sobretudo a Inteligência Artificial, incide sobre identidades, diversidade, gênero e relações de poder, lançando luz sobre violências, discriminação, transparência e opacidade, representações, hipervigilância e discursos em um mundo cada vez mais tecnológico. Um dos eixos fundamentais será analisar como os dados e os algoritmos moldam a sociedade de vigilância e os processos de controle. A utilização de inteligência artificial, sobretudo no âmbito preditivo e decisório, levanta questões éticas que se relacionam com a transparência, a legitimidade das decisões automatizadas e o impacto no campo da justiça social. Este GT também abordará as transformações nas relações de trabalho e as novas dinâmicas econômicas que emergem na sociedade digital, a partir do trabalho em plataformas digitais e do Microtrabalho que alimenta a Inteligência Artificial, buscando compreender como elas impactam principalmente as mulheres. Será dado enfoque ao papel das grandes empresas de tecnologia e suas implicações no cenário global, considerando as desigualdades que surgem e se reforçam nesse contexto e seus efeitos na Democracia, na aquisição e manutenção de direitos. Discussões sobre a proteção de direitos digitais, neurodireitos e a segurança das informações serão aprofundadas, além da reflexão sobre as implicações éticas e jurídicas das tecnologias emergentes. Com isso, o GT pretende fomentar debates que articulem o uso da tecnologia na gestão pública, nos direitos e políticas públicas de gênero, e na justiça social.
 
  This Working Group aims to promote an interdisciplinary discussion space that connects issues of gender, bodies, and sexualities to the transformations brought about by new technologies, particularly in their social and legal impacts. It intends to explore the intersection of feminisms, decolonial and post-identity theories, considering how race, class, and ethnicity intertwine with discussions in digital spaces. The central focus is on how contemporary technology, especially Artificial Intelligence, impacts identities, diversity, gender, and power relations, shedding light on violence, discrimination, transparency and opacity, representations, hypervigilance, and discourses in an increasingly technological world. One of the key areas will be to analyze how data and algorithms shape the surveillance society and control processes. The use of artificial intelligence, especially in predictive and decision-making contexts, raises ethical questions related to transparency, the legitimacy of automated decisions, and their impact on the field of social justice. This WG will also address transformations in labor relations and new economic dynamics emerging in the digital society, particularly through digital platform work and micro-labor that feeds Artificial Intelligence, seeking to understand how they impact women, in particular. Focus will be given to the role of major technology companies and their implications in the global scenario, considering the inequalities that arise and are reinforced in this context, and their effects on democracy, the acquisition, and maintenance of rights. Discussions on the protection of digital rights, neuro-rights, and information security will be deepened, as well as reflections on the ethical and legal implications of emerging technologies. Thus, the WG aims to foster debates that articulate the use of technology in public administration, gender rights and public policies, and social justice.
 
Coordenadora / Coordinators:
MARLI MARLENE MORAES DA COSTA (UNISC)
DEISE BRIÃO FERRAZ (UNISC)
LAURA NAHABETIÁN BRUNET
  Atualmente, as novas tecnologias de informação e comunicação (TICs) têm transformado profundamente as práticas sociais. Plataformas digitais, por meio de características como o anonimato, a atuação de algoritmos na formação de comunidades e a sensação de distanciamento, têm moldado novas formas de sociabilidade, subjetividade e disputas de poder, influenciando dinâmicas de gênero, sexualidade, raça, classe e outros marcadores sociais. Tais tecnologias estão moldando a vivência, expressão e reconhecimento das identidades sexuais e de gênero na contemporaneidade, alterando a maneira como as pessoas se percebem e se apresentam ao mundo. Este Eixo Temático convida pesquisadores(as) a submeterem trabalhos que explorem a relação entre tecnologias digitais e as questões de gênero, sexualidade e outros marcadores sociais da diferença. Buscamos trabalhos que abordem o impacto das tecnologias digitais em contextos como: sites e aplicativos de relacionamento, disputas e formações de comunidades feministas e masculinistas nas plataformas digitais, ativismo digital, big data, inteligência artificial, pornografia digital, videogames, entre outros. Estamos interessadas em contribuições que investiguem criticamente como essas plataformas e tecnologias reforçam, transformam ou questionam desigualdades e representações de gênero e sexualidade. Incentivamos abordagens interdisciplinares que examinem tanto os potenciais emancipatórios quanto os desafios e limitações impostos por essas novas formas de mediação social. Ao explorar a emergência de novos discursos, os novos limites entre o público e o privado, buscamos abrir espaço para reflexões fundamentais das atuais relações mediadas pelas tecnologias digitais e os possíveis futuros desdobramentos dessas práticas.
 
  Currently, new information and communication technologies (ICTs) have deeply transformed social practices. Digital platforms, through features such as anonymity, the role of algorithms in community formation, and the sense of detachment, have shaped new forms of sociability, subjectivity, and power struggles, influencing dynamics of gender, sexuality, race, class, and other social markers. These technologies are shaping the experience, expression, and recognition of sexual and gender identities in contemporary society, altering how people perceive and present themselves to the world. This Thematic Axis invites researchers to submit works that explore the relationship between digital technologies and issues of gender, sexuality, and other social markers of difference. We seek works that address the impact of digital technologies in contexts such as: dating sites and apps, disputes and formations of feminist and masculinist communities on digital platforms, digital activism, big data, artificial intelligence, digital pornography, video games, among others. We are interested in contributions that critically investigate how these platforms and technologies reinforce, transform, or question gender and sexuality inequalities and representations. We encourage interdisciplinary approaches that examine both the emancipatory potentials and the challenges and limitations posed by these new forms of social mediation. By exploring the emergence of new discourses and the new boundaries between public and private, we aim to create space for fundamental reflections on current relationships mediated by digital technologies and the possible future developments of these practices.
 
Coordenadoras / Coordinators:
DÉBORA ARAÚJO DE VASCONCELLOS (UFPE)
SAYARA FRANCIELLE CAMARA PIMENTEL SANTOS (UFPE)
STÉPHANIE GOMES DE MEDEIROS (UFPE)
  Este eixo temático convida a discutir as intersecções entre vetores de poder como gênero, envelhecimento, raça, classe e produções de subjetividades, articulando debates com base nos estudos de gênero, teorias queer e nos aportes foucaultianos sobre biopolítica e governamentalidade. Partimos da ideia de que os corpos longevos estão sujeitos a diversas formas de controle e regulação, sendo observados sob o prisma da governamentalidade criando uma ético-política do bem-viver, que define práticas normativas e de subjetivação em torno do envelhecimento. A proposta considera os desafios teóricos e políticos impostos pelos discursos e práticas que produzem corpos generificados, racializados e envelhecidos, ao mesmo tempo em que coloca em questão as fronteiras do que é considerado envelhecer dentro das normas sociais. Ao incorporar uma abordagem interseccional, este eixo busca promover o diálogo sobre como os corpos de pessoas idosas são afetados por normas de gênero, sexualidade, raça, classe, dentre outros marcadores, bem como por mecanismos de exclusão e resistência. A perspectiva foucaultiana oferece subsídios para refletirmos sobre as técnicas de governo aplicadas aos corpos envelhecidos, questionando o papel das políticas públicas e as formas de cuidado e controle instituídas para esses sujeitos. Espera-se, assim, reunir estudos que dialoguem com essas questões, sejam eles resultados de pesquisas concluídas ou em andamento, bem como relatos de experiências.
 
  This thematic axis invites a discussion on the intersections between vectors of power such as gender, aging, race, class, and the production of subjectivities, articulating debates based on gender studies, queer theories, and Foucauldian contributions on biopolitics and governmentality. We start from the idea that older bodies are subjected to various forms of control and regulation, being observed through the lens of governmentality, creating an ethical-politics of well-being, which defines normative practices and subjectivation around aging. The proposal considers the theoretical and political challenges posed by the discourses and practices that produce gendered, racialized, and aged bodies, while simultaneously questioning the boundaries of what is considered aging within social norms. By incorporating an intersectional approach, this axis seeks to promote dialogue on how the bodies of older people are affected by gender, sexuality, race, class, and other markers, as well as by mechanisms of exclusion and resistance. The Foucauldian perspective offers support for reflecting on the techniques of governance applied to aging bodies, questioning the role of public policies and the forms of care and control established for these subjects. Thus, we hope to bring together studies that engage with these issues, whether they are results of completed or ongoing research, as well as experience reports.
 
Coordenadores / Coordinators:
FRANCISCO ULLISSIS PAIXÃO E VASCONCELOS (UVA)
FERNANDO POCAHY (UERJ)
KÉSIA DOS ANJOS ROCHA (UERJ)
  Este Eixo Temático se propõe a apresentar e problematizar estudos e pesquisas cuja centralidade se ancora na articulação entre infâncias, relações de gênero e/ou sexualidades, entendidas como existências humanas, históricas e culturais. Existências essas que estão sob a égide das chamadas "normas de desenvolvimento". Assim, problematizar essas “normatividades” a partir de diversos e múltiplos recortes teóricos se faz necessário para, a partir daí, se construírem e se constituírem resistências possíveis. O Eixo acolhe trabalhos, frutos de pesquisas que pensam as infâncias, gênero e sexualidades, na Educação Infantil, a partir de três eixos: políticas públicas, práticas pedagógicas e formação docente. Considerando os últimos anos de retrocessos vividos por nós, no Brasil, por influência também de uma extrema-direita mundial, quais têm sido nossos movimentos de resistências e outras construções possíveis a partir das lutas garantidas na Constituição Federal (CF), no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI)? Desde a supressão de “gênero” do Plano Nacional de Educação (PNE), em 2014, e na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), em 2017, em meio às ofensivas anti-gênero, tivemos, apenas neste ano de 2024, uma política pública nacional recém homologada, as Diretrizes Operacionais Nacionais de Qualidade e Equidade para a Educação Infantil, que inseriram gênero como uma dimensão necessária ao enfrentamento das desigualdades sociais, fruto de debates entre o governo federal, os movimentos sociais e as universidades. Nesse sentido, quais são as experiências que se reverberam das políticas públicas já existentes – nacionais e locais – e outras que se fortalecem com essa nova política nacional?
 
  This Thematic Axis aims to present and problematize studies and research centered on the articulation between childhoods, gender relations, and/or sexualities, understood as human, historical, and cultural existences. These existences are under the influence of the so-called "development norms." Thus, problematizing these "normativities" through various and multiple theoretical perspectives is necessary in order to construct and establish possible resistances. The Axis welcomes papers, results of research that address childhoods, gender, and sexualities in Early Childhood Education, focusing on three main areas: public policies, pedagogical practices, and teacher training. Considering the setbacks of recent years in Brazil, influenced by a global far-right movement, what have been our movements of resistance and other possible constructions based on the struggles guaranteed in the Federal Constitution (CF), the Child and Adolescent Statute (ECA), the Law of Guidelines and Bases for National Education (LDB), and the National Curricular Guidelines for Early Childhood Education (DCNEI)? Since the removal of "gender" from the National Education Plan (PNE) in 2014 and the Common National Curricular Base (BNCC) in 2017, amidst anti-gender offensives, we have witnessed, just in 2024, a newly approved national public policy, the National Operational Guidelines for Quality and Equity in Early Childhood Education, which introduced gender as a necessary dimension to address social inequalities, resulting from debates between the federal government, social movements, and universities. In this regard, what are the experiences that resonate from the already existing public policies – both national and local – and others that are strengthened by this new national policy?
 
Coordenadoras / Coordinators:
CAROLINA FARIA ALVARENGA (UFLA)
ELIANE VIANEY DE CARVALHO
ILA MARIA SILVA DE SOUZA MENDES DE FREITAS (IFBA)
  Este eixo integra estudos que dialogam com perspectivas decoloniais, do Feminismo Negro e Cuir (Queer) no campo educacional, com destaque às vozes insubmissas, dissonantes de uma norma heterocentrada, colonial, branca, masculina, cristã e pequeno burguesa. Buscamos perspectivar produções acadêmicas concluídas ou em andamento, ou mesmo relatos de experiências que abordem e tematizem essas vozes outras da revolta. Gritos que permitam repensar toda a tradição filosófico-científica ocidental que silencia e invisibiliza aquilo que não é legado do pensamento centro-europeu. Assim sendo, a ideia de aprofundar o debate envolvendo o chamado Sul global, ou seja, autoras/es que propõem diferentes interpretações sobre grupos humanos incluindo perspectivas subalternas e destoantes, visa justamente contestar tal legado hegemônico. Pretendemos estabelecer variadas interfaces epistemológicas com narrativas, práticas, intervenções e metodologias desenvolvidas dentro e fora da escola, que considerem o pensamento de fronteira. Trata-se, na realidade, de ações opositoras e (re)existências empreendidas por aqueles/as que se encontram à margem do que a modernidade/colonialidade impôs e continua impondo como padrão/norma/civilização. Cientes de que a decolonialidade não se constitui apenas como projeto acadêmico, mas como prática de intervenção e revolta de todos os povos/grupos subalternizados, interessa-nos agregar todas as iniciativas insubmissas que se constituem em lugares pedagógicos que ensinam múltiplas existências, sexualidades e identidades para além do projeto civilizatório autoritário que se pretende universal. Em face do exposto, esperamos por trabalhos que versem a respeito de processos educativos que atravessam os corpos negros, queer (cuir), de religiões não normativas, embebidos de culturas populares, dentre outras experiências insubmissas, insurgentes, outras da revolta.
 
This axis integrates studies that engage with decolonial perspectives, Black Feminism, and Queer (Cuiar) Feminism in the educational field, highlighting the insubmissive and dissonant voices from a heterocentric, colonial, white, masculine, Christian, and petit-bourgeois norm. We seek to present completed or ongoing academic productions, as well as experience reports that address and thematize these other voices of revolt. These are cries that allow for a rethinking of the entire Western philosophical-scientific tradition that silences and renders invisible what is not part of the legacy of Central European thought. Thus, the aim is to deepen the debate involving the so-called Global South, that is, authors who propose different interpretations of human groups, including subaltern and divergent perspectives, to challenge this hegemonic legacy. We intend to establish various epistemological interfaces with narratives, practices, interventions, and methodologies developed inside and outside the school, which consider border thinking. In fact, this concerns oppositional actions and (re)existences undertaken by those who are at the margins of what modernity/coloniality has imposed and continues to impose as the standard/norm/civilization. Aware that decoloniality is not only an academic project, but also a practice of intervention and revolt by all subalternized peoples/groups, we are interested in aggregating all insubmissive initiatives that constitute pedagogical spaces teaching multiple existences, sexualities, and identities beyond the authoritarian civilizational project that seeks to be universal. In light of the above, we welcome works that address educational processes that intersect with Black, queer (cuiar) bodies, non-normative religions, popular cultures, and other insubmissive, insurgent, and revolt-driven experiences.
 
Coordenadores / Coordinators:
MARLYSON JUNIO ALVARENGA PEREIRA
SILMARA APARECIDA DOS SANTOS 
MOISES CORREA FONSECA DA SILVA (UFRJ)
  Esta proposta tem por objetivo apresentar pesquisas, preferencialmente oriundas de trabalhos empíricos, que examinem a atuação das mulheres cis e trans no contexto latino-americano nas lutas políticas, a partir de abordagens materialistas. No Brasil, o interesse acadêmico pelo tema “Interseccionalidades” vem se ampliando ao longo do tempo. Embora tenha se ampliado o interesse acadêmico pela interseccionalidade e atuação das mulheres cis e trans nos partidos, nos processos eleitorais, nos poderes (judiciário, legislativo e executivo) e nos movimentos sociais, ainda existe uma carência de estudos que desenvolvam abordagens notadamente materialistas. É neste sentido que esta proposta tem por objetivo dialogar e debater estudos que busquem analisar, a partir das relações sociais (de produção e reprodução), a questão das diversas opressões a quais mulheres cis e trans são submetidas na perspectiva de raça, gênero, classe e sexualidades. Por fim, nesta sessão temática consideramos promissoras as análises que articulem as dimensões da política, de gênero, das sexualidades, de classe, e de raça, rumo a uma “economia política do sexo”, nos termos propostos por Gayle Rubin (1993) e por Monique Wittig (2013).
 
  This proposal aims to present research, preferably from empirical work, that examines the role of cis and trans women in the Latin American context in political struggles, based on materialist approaches. In Brazil, academic interest in the topic of "Intersectionalities" has been growing over time. Although there has been increased academic interest in intersectionality and the participation of cis and trans women in political parties, electoral processes, the judiciary, legislative, and executive powers, and social movements, there is still a lack of studies that develop notably materialist approaches. In this sense, this proposal aims to engage with and debate studies that seek to analyze, from social relations (of production and reproduction), the various oppressions cis and trans women are subjected to within the perspectives of race, gender, class, and sexualities. Finally, in this thematic session, we consider promising analyses that articulate the dimensions of politics, gender, sexualities, class, and race, towards a "political economy of sex," as proposed by Gayle Rubin (1993) and Monique Wittig (2013).
 
Coordenadores / Coordinators:
THIAGO APARECIDO ARANHA DOS SANTOS (PUCSP)
ADEILDO VILA NOVA DA SILVA (UNIFESP)
MARILENE GERONIMO DA SILVA MACIEL
  A proposta do presente Simpósio Temático é resultado deum grupo de pesquisadoras que realizam discussões sobre juventudes contemporâneas e suas interfaces aos estudos de Gênero e Sexualidades na Educação. Parte do pressuposto de que as juventudes não são homogêneas, embora se constituam contingencialmente articuladas a dimensões histórico-geracionais em que partilham material e simbolicamente marcadores, imagens culturais, linguagens, usos dos corpos, etc... Assim, busca-se reunir estudos acadêmicos que considerem a compreensão das juventudes como um construto cultural, histórico, aberto, plural e polissêmico, na medida em que é atravessada por diversos marcadores culturais, no âmbito dasrelações sociais. Desta forma,a fim de contribuir com os estudos nessa área, propomos envolver em nosso Simpósio, investigações sobre juventudes em relações diversas, a exemplo das juventudes lesbitransviadas, juventudes e relações adetivo-sexuais, juventudes e feminismos, juventudes e masculinidades, juventudes (trans)sicionadas, dos corpos, subjetividades, dasrelações de (in)exclusão em diferentes dimensões. De modo semelhante, esperamos propostas que analisem dimensões das práticas pedagógicas em espaços escolares e não escolares e ainda, as relações entre as juventudes e os artefatos culturais, problematizando os modos como tais instâncias repercutem e atuam sob/sobre sua constituição, investindo principalmente, nos ensinamentos produzidos e veiculados sobre corpos, gênero e sexualidades acionados, vivenciados pelos sujeitos juvenis.
 
  The proposal for this Thematic Symposium results from a group of researchers who engage in discussions about contemporary youth and their interfaces with Gender and Sexuality studies in Education. It is based on the assumption that youth is not homogeneous, although it is contingently shaped by historical-generational dimensions in which they share material and symbolic markers, cultural images, languages, body uses, etc. Thus, the aim is to bring together academic studies that consider youth as a cultural, historical, open, plural, and polysemic construct, as it is influenced by various cultural markers within social relations. In this way, to contribute to studies in this area, we propose to include in our Symposium investigations on youth in diverse relationships, such as lesbian-trans-queer youth, youth and affective-sexual relationships, youth and feminisms, youth and masculinities, (trans)itioned youth, bodies, subjectivities, and relations of (in)exclusion in different dimensions. Similarly, we look forward to proposals that analyze dimensions of pedagogical practices in both school and non-school settings, as well as the relationships between youth and cultural artifacts, problematizing the ways in which these instances resonate and act upon their constitution, particularly focusing on the teachings produced and disseminated about bodies, gender, and sexualities experienced by young people.
 
Coordenadoras / Coordinators:
JULIANA RIBEIRO DE VARGAS (UFRGS)
DANIELA MEDEIROS DE AZEVEDO PRATES
LILIANE MADRUGA PRESTES (IFRS)
  As masculinidades e feminilidades são entendidas como construções discursivas na constituição de sujeitos. São construções situadas e corporificadas que produzem subjetividades, estabelecem modos de existência e emergem em campos de disputas. No Brasil, diante do tensionamento político ocasionado por grupos reacionários, que revelam as alianças entre o neoliberalismo e o fundamentalismo religioso, a palavra “gênero” foi “ideologizada”, e apagada dos Planos Nacional, Estaduais e Municipais de Educação e da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), assim como pautada de forma sensacionalista pelas mídias hegemônicas. Isso diz de um momento histórico em que tais grupos tentam homogeneizar as subjetividades e silenciar a possibilidade da pluralidade de ser/estar dos sujeitos. A censura, a perseguição, o pânico moral no campo de disputa do gênero e da sexualidade negam a diversidade humana e miram as masculinidades e feminilidades que não correspondem às performances heteronormativas. Todavia, as possibilidades de constituição das subjetividades encontram bifurcações para continuar (re)existindo. São os desvios e as inventividades que sinalizam outras performances de gênero(s) e sexualidade(s), contrapondo-se às normas hegemônicas e convergindo em existências subversivas, que nos interessam, assim como miradas críticas a tentativas de reafirmação dos binarismos. Sendo assim, para este Eixo Temático, convidamos textos que problematizem e discutam os processos de (re)existência das masculinidades e feminilidades em espaços escolares e não escolares em todo o seu movimento de variação e diferença. Em diálogo com a temática do evento, abrimos um espaço de discussão que se contraponha à lógica heteronormativa, provocando criações possíveis e resistências inventivas.
 
  Masculinities and femininities are understood as discursive constructions in the formation of subjects. They are situated and embodied constructions that produce subjectivities, establish modes of existence, and emerge in fields of dispute. In Brazil, due to the political tensions caused by reactionary groups, revealing the alliances between neoliberalism and religious fundamentalism, the word "gender" was "ideologized" and removed from National, State, and Municipal Education Plans and from the Common National Curricular Base (BNCC), as well as sensationalized by the hegemonic media. This reflects a historical moment in which these groups attempt to homogenize subjectivities and silence the possibility of plural ways of being/being in the world. Censorship, persecution, and moral panic in the gender and sexuality debate deny human diversity and target masculinities and femininities that do not conform to heteronormative performances. However, the possibilities for the formation of subjectivities find bifurcations to continue (re)existing. It is the deviations and inventions that signal other gender and sexuality performances, opposing hegemonic norms and converging in subversive existences, that interest us, as well as critical perspectives on attempts to reaffirm binary systems. Therefore, for this Thematic Axis, we invite texts that problematize and discuss the processes of (re)existence of masculinities and femininities in school and non-school spaces in all their variation and difference. In dialogue with the theme of the event, we open a space for discussion that opposes heteronormative logic, provoking possible creations and inventive resistances.
 
Coordenadores / Coordinators:
MARIA EULINA PESSOA DE CARVALHO (UFPB)
THATIANE OLIVEIRA DO NASCIMENTO (UFJF)
ALCIDESIO OLIVEIRA DA SILVA JUNIOR
  Nos últimos trintas anos, pesquisas relativas a diversos campos do saber, como da educação, antropologia, sociologia, saúde coletiva, psicologia, história, educação física, entre outras, têm focalizado os estudos sobre homens e masculinidades. Esse debate se disseminou na sociedade contemporânea, sobretudo a problemática sobre a desconstrução do que vem sendo convencionalmente chamado de “masculinidade tóxica” e como a educação pode intervir em modos outros de “ser homem”. Por meio dos estudos intersecionais, caminhamos para o entendimento de que as linhas de poder e de opressão são múltiplas e que não se pode compreender as masculinidades sem levar em consideração seus atravessamentos relativos às identificações de classe social, raça, orientação sexual, território e idade, como também a visibilidade das transmasculinidades e das masculinidades femininas. No eixo temático Masculinidades e suas intersecções nos espaços educativos, nos interessa pensar, em que medida, os processos formativos escolares e não escolares, participam da circulação dos sentidos atribuídos às masculinidades na contemporaneidade. Destacamos que, no campo da educação, as pesquisas sobre masculinidades se encontram em desenvolvimento e em busca de consolidação na sua vasta produção acadêmica sobre gênero e sexualidade. Suas interlocuções têm buscado diálogo com as vertentes teóricas críticas e pós-críticas, problematizando a multiplicidade de sentidos atribuídos ao masculino nas instituições educacionais, nos cotidianos escolares, nas práticas pedagógicas, na docência de homens com a educação de crianças, nas políticas públicas e nas pedagogias culturais. Buscamos reunir trabalhos que analisem e problematizem a produção social, histórica, política e cultural dos estudos sobre homens e masculinidades no campo da educação, por meio de contribuições que dialoguem com as perspectivas epistemológicas críticas, pós-estruturalistas, pós-coloniais e decoloniais.
 
 
  In the last thirty years, research in various fields of knowledge, such as education, anthropology, sociology, public health, psychology, history, physical education, among others, has focused on studies of men and masculinities. This debate has spread through contemporary society, especially the issue of deconstructing what has been conventionally called "toxic masculinity" and how education can intervene in alternative ways of "being a man." Through intersectional studies, we have moved toward understanding that lines of power and oppression are multiple, and that masculinities cannot be understood without considering their intersections with class, race, sexual orientation, territory, and age, as well as the visibility of transmasculinities and female masculinities.In the thematic axis Masculinities and Their Intersections in Educational Spaces, we are interested in thinking about the extent to which school and non-school formative processes contribute to the circulation of meanings attributed to masculinities in contemporary society. It is important to highlight that, in the field of education, research on masculinities is still under development and seeking consolidation within the broad academic production on gender and sexuality. Its dialogues have sought to engage with critical and post-critical theoretical perspectives, problematizing the multiplicity of meanings attributed to masculinity in educational institutions, everyday school life, pedagogical practices, the teaching of men in the education of children, public policies, and cultural pedagogies. We aim to bring together works that analyze and problematize the social, historical, political, and cultural production of studies on men and masculinities in the field of education, through contributions that engage with critical, post-structuralist, post-colonial, and decolonial epistemological perspectives.
 
 
 
Coordenadores / Coordinators:
LEANDRO TEOFILO DE BRITO (UFRJ)
PAULO MELGAÇO DA SILVA JUNIOR
  Este simpósio tem o objetivo de reunir trabalhos que proponham o debate sobre maternagem, maternidades e educação. Serão considerados trabalhos que envolvam discussões críticas de políticas e imagens materna e patriarcado, experiências práticas de maternagem/maternidades; análises de expressões de maternidades e sua relação com discursos biológicos em artefatos culturais e didáticos; maternidades e vida acadêmica. Nossa proposta é reunir trabalhos que fortaleçam redes de colaboração de pesquisa sobre maternidade, maternagem e educação. Receberemos trabalhos com relatos de experiências, ações extensionistas e resultados de pesquisas sobre o tema proposto, com perspectivas e abordagens que interseccionam gênero, raça/etnia, classe, entre outros marcadores, que impactam as mulheres-mães. Além disso, interessa-nos discutir como corpos que gestam e maternam negociam ou contestam imagens maternas, imagens da maternidade e maternagem. Compreendemos que a maternidade é uma vivência socialmente determinada e designada a mulher, sendo sua heterossexualidade vinculada de imediato à figura materna, consideramos que esse eixo será um potente gerador de informações, inclusão e visibilidades à outras maternagens, reconhecendo outros corpos, outras identidades e novas perspectivas. Além disso, a busca por independência, respeito e equidade de gênero coloca as mulheres em uma constante luta, assim perscrutando valorização e espaço no mercado de trabalho, escolas e universidades.
 
 
  This symposium aims to bring together works that propose a debate on mothering, motherhood, and education. We will consider works that involve critical discussions of maternal policies and images, patriarchy, practical experiences of mothering/motherhood; analyses of expressions of motherhood and their relation to biological discourses in cultural and educational artifacts; motherhood and academic life. Our goal is to gather works that strengthen collaborative research networks on motherhood, mothering, and education. We will accept works with experience reports, extension actions, and research results on the proposed theme, with perspectives and approaches that intersect gender, race/ethnicity, class, among other markers that impact women-mothers. Additionally, we are interested in discussing how bodies that conceive and mother negotiate or contest maternal images, images of motherhood and mothering. We understand that motherhood is a socially determined experience assigned to women, with their heterosexuality immediately linked to the maternal figure. We believe that this axis will be a powerful generator of information, inclusion, and visibility for other forms of mothering, recognizing other bodies, identities, and new perspectives. Furthermore, the pursuit of independence, respect, and gender equity places women in a constant struggle, seeking recognition and space in the labor market, schools, and universities.
 
Coordenadoras / Coordinators:
REGIANY ALVES CARVALHO (UFU)
TERMISIA LUIZA ROCHA (UFU)
  A progressiva escolarização das mulheres brasileiras, que se intensificou a partir da década de 1970, tem representado um fenômeno social marcante, que completa cinco décadas. Nesse período, a entrada delas nas universidades e em atividades científicas foi capaz de superar quantitativamente as assimetrias de gênero em muitos segmentos. Entretanto, apesar desses importantes avanços, é fundamental lembrarmos que a ciência e a construção do conhecimento científico são empreendimentos sociais de caráter cumulativo, de cujo passado as mulheres foram sistematicamente excluídas, o que, inevitavelmente, tem seus reflexos sobre a atualidade. Assim, o modelo de cientista continua a ser percebido e representado pela figura masculina e as mulheres ainda enfrentam desafios expressivos, especialmente em áreas do conhecimento tradicionalmente dominadas por homens, como engenharia, física e ciências exatas. Este eixo temático visa reunir trabalhos que explorem tanto as conquistas quanto os desafios enfrentados pelas mulheres na ciência. Assim, são esperadas contribuições que abordem temas como: - A trajetória histórica da inserção feminina no campo científico; - Barreiras estruturais e institucionais que limitam o acesso e a permanência das mulheres em áreas do conhecimento historicamente dominadas por homens; - Iniciativas que têm promovido a igualdade de gênero nas ciências; - Discussões sobre dados da participação de mulheres e homens nas ciências; - A interseccionalidade de gênero, raça e classe na experiência de mulheres na ciência; - Resultados de pesquisas no campo ciência, tecnologia e gênero. Objetiva-se estimular discussões sobre as conquistas e os desafios das mulheres no campo científico e contribuir na perspectiva da redução da desigualdade de gênero na área, por meio da pesquisa.
 
 
 
  The progressive schooling of Brazilian women, which intensified from the 1970s onwards, has represented a significant social phenomenon, now spanning five decades. During this period, their entry into universities and scientific activities has been able to quantitatively overcome gender asymmetries in many segments. However, despite these important advances, it is essential to remember that science and the construction of scientific knowledge are cumulative social endeavors from whose past women have been systematically excluded, which inevitably has repercussions on the present. Thus, the model of the scientist continues to be perceived and represented by the male figure, and women still face significant challenges, especially in areas of knowledge traditionally dominated by men, such as engineering, physics, and exact sciences. This thematic axis aims to bring together works that explore both the achievements and the challenges faced by women in science. As such, contributions are expected to address topics such as: The historical trajectory of women's insertion into the scientific field; Structural and institutional barriers that limit women's access to and permanence in areas of knowledge historically dominated by men; Initiatives that have promoted gender equality in science;
Discussions about data on the participation of women and men in science; The intersectionality of gender, race, and class in the experience of women in science; Research results in the field of science, technology, and gender. The objective is to stimulate discussions about the achievements and challenges of women in the scientific field and to contribute to the perspective of reducing gender inequality in the area through research.
 
Coordenadoras / Coordenators:
LUCIANA ROSAR FORNAZARI KLANOVICZ (UNICENTRO)
ROSELI DE OLIVEIRA MACHADO (UNICENTRO)
VALERIA APARECIDA MONTEIRO DE OLIVEIRA (UNICENTRO)
 A não binariedade vem se apresentando na literatura brasileira contemporânea de várias formas e em diferentes gêneros textuais, sejam eles de autoria não binária e/ou caracterizados pela representação da vivência da não binariedade via personagens ou proposições temáticas das narrativas e obras em questão. Tais autorias e representações apontam para um rico, abrangente e inovador campo de estudo, capaz de colaborar para o entendimento de possíveis novas elaborações textuais e construções ficcionais, dando origem a subversões e a caminhos impensados para os estudos da linguagem produzidos no Brasil dos dias atuais. A linguagem disruptiva e a sua reinvenção se destacam com cada vez mais evidência na Linguística e na Literatura contemporâneas e é fundamental que elas sejam objeto de investigação, especialmente no que se refere à linguagem não-binária – também conhecida como linguagem neutra –, que pode ser entendida como uma alternativa para a criação de certos enunciados, assim como para apresentar ao mundo sujeitos que estão fora da ordem dominante. Por meio de suas próprias práticas discursivas e performatividades linguísticas, a linguagem não-binária dá origem a novos modos de existência e favorece a visibilidade de corpos e vozes que têm como marca a desobediência de gênero. Este eixo temático aceitará trabalhos que abordem as relações entre a não-binariedade, a Linguística Aplicada e a Literatura produzidas no Brasil hodierno, assim como estudos focados na linguagem não-binária quando utilizada em obras literárias. Também serão aceitos estudos que investiguem as intersecções ou cisões entre a representação da não binariedade e a linguagem não-binária (ou neutra) na literatura brasileira contemporânea.
 
  Non-binary identity has been manifesting itself in contemporary Brazilian literature in various ways and in different textual genres, whether authored by non-binary individuals and/or characterized by the representation of non-binary experiences through characters or thematic propositions of the narratives and works in question. Such authorships and representations point to a rich, comprehensive, and innovative field of study, capable of contributing to the understanding of possible new textual elaborations and fictional constructions, giving rise to subversions and unprecedented paths for the study of language produced in Brazil today. Disruptive language and its reinvention are becoming increasingly evident in contemporary Linguistics and Literature, and it is essential that they be the subject of investigation, especially with regard to non-binary language - also known as gender-neutral language - which can be understood as an alternative for the creation of certain utterances, as well as for presenting to the world subjects who are outside the dominant order. Through their own discursive practices and linguistic performativities, non-binary language gives rise to new modes of existence and favors the visibility of bodies and voices that are marked by gender disobedience. This thematic axis will accept works that address the relationships between non-binary identity, Applied Linguistics, and literature produced in contemporary Brazil, as well as studies focused on non-binary language when used in literary works. Studies that investigate the intersections or divisions between the representation of non-binary identity and non-binary (or gender-neutral) language in contemporary Brazilian literature will also be accepted.
 
Coordenadores / Coordinators:
HELDER THIAGO MAIA (USP)
CRIS JUDAR (USP)
IRAN FERREIRA DE MELO (UFRPE)
  A proposta deste eixo temático perpassa as discussões sobre narrativas, gêneros, sexualidades e educação, visto entendermos que a partir do ato de narrar, os sujeitos conseguem se constituir e produzir outros modos de ser, estar, sentir e viver no mundo. Dessa forma, as questões de gêneros e sexualidades são percebidas como constructos sociais e culturais que produzem padrões e modos de existência, apagando, subalternizando, excluindo e hierarquizando subjetividades lidas/categorizadas como dissidentes, subalternas, “outras”, queer, abjetas, estranhas. Pensando nisso, entendemos que as narrativas ao dialogarem sobre experiências de gêneros e sexualidades e todos seus atravessamentos (classe, raça, localização geográfica, deficiência, trabalho, idade, entre outras) fazem parte de movimentos de resistência, subversão, insurgência, inventividade e (in)subordinação. Nesse sentido, o presente eixo temático visa acolher textos que versem sobre narrativas (auto)biográficas de docentes, estudantes, como também de pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, trans*, queer, intersexuais, agêneras, pansexuais, não-binárias e outras identidades sexuais e de gêneros (LGBTQIAPN+), sobre suas existências e experiências em espaços formais, não-formais, currículos, artefatos culturais, formação docente e no relato das suas próprias histórias de vida, e seus entrelaçamentos com as questões de gêneros e sexualidades. Os trabalhos podem dialogar com referenciais teóricos/metodológicos/epistemológicos dos estudos (auto)biográficos, queer, decoloniais, pós-estruturalistas, foucaultianos, pós-críticos, feministas, transfeministas, marxistas e antirracistas. Dessa forma, alinhados/as com a temática do evento, percebemos as narrativas como movimentos de criações e resistências inventivas/subversivas, que provocam, tensionam, incomodam e dizem de modos de (re)existência de grupos e pessoas historicamente subalternizados/as e excluídos/as.
 
 
  This thematic axis delves into narratives, genders, sexualities, and education. We understand that through storytelling, individuals construct themselves and create new ways of being, existing, feeling, and living in the world. Gender and sexuality are seen as social and cultural constructs that produce norms and modes of existence, erasing, subordinating, excluding, and hierarchizing subjectivities labeled as dissident, subaltern, "other," queer, abject, or strange. Narratives that engage with experiences of gender and sexuality, along with their intersections (class, race, geographic location, disability, work, age, among others), are part of movements of resistance, subversion, insurgency, inventiveness, and (in)subordination. This axis aims to welcome texts that explore (auto)biographical narratives of teachers, students, and LGBTQIAPN+ individuals about their experiences in formal and informal spaces, curricula, cultural artifacts, teacher training, and personal life stories, and their intersections with gender and sexuality issues. Works may engage with theoretical, methodological, and epistemological frameworks from (auto)biographical, queer, decolonial, post-structuralist, Foucauldian, post-critical, feminist, transfeminist, Marxist, and anti-racist studies. Aligned with the event's theme, we perceive narratives as movements of creative and subversive resistance, provoking, tensioning, and disturbing, and giving voice to the (re)existence of historically marginalized and excluded groups and individuals.
 
Coordenadores / Coordinators:
JÓNATA FERREIRA DE MOURA (UFMA)
JOHN JAMERSON DA SILVA BRITO (UFJF)
JULIANA FERREIRA DE SOUSA (UFRJ)
  O presente texto aborda, em uma perspectiva histórico-crítica a relação intrínseca entre a constituição do patriarcado, da propriedade privada e do capitalismo. Analisa a violência contra mulheres no contexto capitalista como estratégia de legitimação da ordem burguesa a partir da reflexão sobre o trabalho doméstico não remunerado a partir dados – sobre feminicídios, estupros e composição da força de trabalho feminina no Brasil recente e que revelam a hegemonia patriarcal nas relações sociais de produção e reprodução social. A violência se manifesta de muitas formas nessa sociedade que se organiza na divisão desigual do valor produzido pelo trabalho, em duas classes fundamentais, em que o trabalhador não usufrui da riqueza que produz. No processo de reprodução da classe trabalhadora e suas necessidades de subsistência assume uma centralidade o trabalho doméstico, sobretudo, o invisibilizado e não remunerado, o que se encontra no cerne dos processos de violência doméstica contra mulheres e crianças. Discutiremos o trabalho doméstico, a acumulação capitalista e a violência doméstica como um recurso de controle e manutenção do trabalho não remunerado. Assim serão abordados os seguintes pontos: o trabalho doméstico, a acumulação capitalista e a falsa dicotomia entre o público e o privado no patriarcado. A análise histórica do modo de produção capitalista nos remete a compreensão das relações sociais estabelecidas de forma estrutural e não hierárquica entre: exploração e opressão. Dito de outra forma, a violência não é uma forma atemporal ou adjetiva, mas nessa sociabilidade se torna condição essencial. Outros modos de produção e suas inerentes relações sociais também experimentavam formas violentas, mas é na sociedade capitalista que essa forma de mediar relações é condição de perpetuação. As explicações das diferenciações das habilidades por gênero, a naturalização do cuidado como prática intrínseca ao feminino tem a mesma base teórico-metodológica para expor atos violentos, impulsivos e infantis aos homens; as medidas educativas são também formas escamoteadoras e individualizantes do fenômeno da violência contra mulheres e crianças, não basta educar, não é só uma questão de mudança de hábito pessoal, ou divisão de tarefas, é uma condição social que exige um trato coletivo e não privado.
 
 
  This text offers a historical-critical analysis of the intrinsic relationship between the formation of patriarchy, private property, and capitalism. It examines violence against women within a capitalist context as a strategy to legitimize the bourgeois order, drawing on reflections on unpaid domestic labor and data on femicide, rape, and the composition of the female workforce in recent Brazil, which reveal the hegemony of patriarchy in social relations of production and reproduction. Violence manifests in many ways in this society, organized around the unequal division of the value produced by labor into two fundamental classes: workers who do not benefit from the wealth they produce. In the process of reproducing the working class and its subsistence needs, domestic labor, particularly the invisible and unpaid kind, takes center stage. This is at the heart of domestic violence against women and children. We will discuss domestic labor, capitalist accumulation, and domestic violence as a means of controlling and maintaining unpaid labor. The following points will be addressed: domestic labor, capitalist accumulation, and the false dichotomy between the public and private spheres within patriarchy. A historical analysis of the capitalist mode of production leads us to understand the structural and non-hierarchical social relations established between exploitation and oppression. In other words, violence is not a timeless or adjectival form, but rather an essential condition of this social order. Other modes of production and their inherent social relations also experienced forms of violence, but it is in capitalist society that this mode of mediating relations becomes a condition of perpetuation. Explanations that differentiate abilities by gender and the naturalization of care as an intrinsically feminine practice share the same theoretical and methodological basis that exposes violent, impulsive, and childish acts by men. Educational measures are also ways of concealing and individualizing the phenomenon of violence against women and children. Education alone is not enough; it is not just a matter of changing personal habits or dividing tasks. It is a social condition that requires a collective, not a private, approach.
 
Coordenadoras / Coordinators:
LUANA SIQUEIRA (UFRJ)
GLÁUCIA LELIS ALVES (UFRJ)
  O eixo temático está diretamente vinculado aos campos de estudos e pesquisas em Gênero, Sexualidade e Educação, em Educações das Infâncias e das Juventudes e da Formação Docente, sobretudo às vertentes ligadas aos estudos culturais, pós-estruturalistas e foucaultianos. Tais estudos nos inspiram a tomar como análise a expansão dos sentidos atribuídos aos processos educativos no contemporâneo, extrapolando a ideia de educação como restrita à instituição escolar. Tendo como inspiração as teorizações contemporâneas que problematizam gênero e sexualidade como construções sociais, culturais e históricas, nosso objetivo é reunir ensaios ou trabalhos empíricos, decorrentes de pesquisas em andamento ou concluídas, que vêm utilizando como ferramentas os conceitos de pedagogia(s), pedagogia(s) cultural(is) e artefato(s) cultural(is) para analisar e problematizar processos educativos que atuam produzindo sujeitos e subjetividades. Tais processos educam para relacionar-se consigo, com os outros e com o mundo a partir de múltiplos produtos culturais, fazendo funcionar pedagogias de gêneros e de sexualidades: filmes, séries, propagandas, sites, redes sociais, programas de TV, músicas, vídeos, games, livros, podcasts, brinquedos, entre tantos outros. Acolheremos, também, os trabalhos que se propõem a pensar os procedimentos e caminhos metodológicos de análise dos artefatos culturais e suas pedagogias de gênero e sexualidade. Além disso, serão bem-vindos os trabalhos que busquem apresentar e analisar possibilidades de vínculo entre os artefatos culturais e as propostas didático-formativas nas instituições escolares (nos diferentes níveis e modalidades educacionais) ou nas instâncias de formação de profissionais da educação (inicial e continuada), problematizando as pedagogias de gênero e sexualidade que esses produtos colocam em ação e suas potencialidades para a problematização dos modos de se constituírem sujeitos e subjetividades.
 
  The thematic axis is directly linked to the fields of studies and research in Gender, Sexuality, and Education, in Childhood and Youth Education and Teacher Training, especially those linked to cultural studies, post-structuralist and Foucauldian approaches. These studies inspire us to take as analysis the expansion of the meanings attributed to educational processes in the contemporary world, going beyond the idea of education as restricted to the school institution. Inspired by contemporary theorizations that problematize gender and sexuality as social, cultural, and historical constructions, our objective is to gather essays or empirical works, resulting from ongoing or completed research, that have been using as tools the concepts of pedagogy(ies), cultural pedagogy(ies) and cultural artifact(s) to analyze and problematize educational processes that act producing subjects and subjectivities. Such processes educate to relate to oneself, to others and to the world from multiple cultural products, making work pedagogies of genders and sexualities: films, series, advertisements, websites, social networks, TV programs, music, videos, games, books, podcasts, toys, among so many others. We will also welcome works that propose to think about the procedures and methodological paths of analysis of cultural artifacts and their pedagogies of gender and sexuality. In addition, works that seek to present and analyze possibilities of connection between cultural artifacts and didactic-formative proposals in educational institutions (at different levels and modalities) or in instances of teacher training (initial and continuing education) will be welcome, problematizing the gender and sexuality pedagogies that these products put into action and their potential for problematizing the ways of constituting subjects and subjectivities.
 
Coordenadores / Coordinators:
RONEY POLATO DE CASTRO (UFJF)
CONSTANTINA XAVIER FILHA (UFMS)
ANDERSON FERRARI (UFJF)
  Qual o lugar da educação no enfretamento das desigualdades de gênero? Como os/as docentes lidam com a construção das novas masculinidades e feminilidades? Como as questões relacionadas às temáticas de corpo, gênero e sexualidade atravessam e são tratadas nas práticas pedagógicas. Para nós, professoras, estes questionamentos têm um efeito reflexivo, mobilizador e inconformado com as estruturas que insistem em padronizar a vida social e direcionar o fazer educação. Mesmo com a identificação de passos na direção de uma educação para a diversidade na escola, o silêncio sobre essas questões ainda é recorrente entre gestores(as), técnicos(as) e professores/as, seja nas reuniões de planejamento e nas intervenções pedagógicas, revelando aspectos incompatíveis com as perspectivas educacionais de conscientização e emancipação. Somado a ele, a cegueira diante dos atravessamentos que reproduzem e impõem normativas de gênero nas diferentes facetas do currículo em ação é uma outra dimensão que aflige e traduz a realidade. Os/as teóricos/as pós-críticos/as, feministas e decoloniais do currículo vêm acrescentado e ampliando novos conhecimentos e perspectivas analíticas, contribuindo para desenvolvimento de uma consciência que nos mobiliza para a reconstrução de um mundo distanciado dos cânones machistas, patriarcais e colonizadores. Creditamos e adotamos a Pedagogia Feminista como estratégia de enfrentamento as diferentes formas de desigualdades e opressão de gênero, sobretudo aquelas que se manifestam em ambiente escolar, nas relações em sala de aula, na organização curricular e nos silenciamentos em planejamentos e reuniões. É preciso assumir o currículo escolar de forma a assegurar que mudanças se efetivem e contribuam para fazer sucumbir uma cultura cristalizada na opressão e na violência presentes em seus processos e práticas que se reproduzem e se silenciam frente às desigualdades que marcam os sujeitos “lidos” como diferentes. É preciso fortalecer uma pedagogia que acolha e desenvolva novas masculinidades e feminilidades das crianças, adolescentes, jovens e adultos em processo de escolarização. O presente Eixo Temático objetiva: acolher, partilhar, debater, refletir e construir conhecimentos que enfrentem as diferentes formas de materialização da cultura patriarcal e colonial, sejam nas formas de sexismo, machismo, homofobia, racismo, etarismo, capacitismo e de agressão e destruição ambiental, tendo como esteio e visão os conhecimentos críticos e feministas.
 
 
  What is the place of education in addressing gender inequalities? How do teachers deal with the construction of new masculinities and femininities? How do issues related to body, gender, and sexuality permeate and are addressed in pedagogical practices? For us, teachers, these questions have a reflective, mobilizing, and non-conformist effect on the structures that insist on standardizing social life and directing educational practice. Even with the identification of steps towards an education for diversity in schools, silence on these issues is still recurrent among managers, technicians, and teachers, both in planning meetings and in pedagogical interventions, revealing aspects incompatible with educational perspectives of awareness and emancipation. Added to this is the blindness to the cross-cuts that reproduce and impose gender norms in the different facets of the curriculum in action, which is another dimension that afflicts and translates reality. Post-critical, feminist, and decolonial theorists of the curriculum have been adding and expanding new knowledge and analytical perspectives, contributing to the development of a consciousness that mobilizes us to reconstruct a world distant from machist, patriarchal, and colonial canons. We credit and adopt Feminist Pedagogy as a strategy to confront the different forms of gender inequality and oppression, especially those that manifest in the school environment, in classroom relationships, in curriculum organization, and in the silences in planning and meetings. It is necessary to assume the school curriculum in a way that ensures that changes take place and contribute to the downfall of a culture crystallized in the oppression and violence present in its processes and practices that reproduce and silence themselves in the face of inequalities that mark subjects "read" as different. It is necessary to strengthen a pedagogy that welcomes and develops new masculinities and femininities of children, adolescents, young people and adults in the process of schooling. The present Thematic Axis aims to: welcome, share, debate, reflect and build knowledge that confront the different forms of materialization of patriarchal and colonial culture, whether in the forms of sexism, machismo, homophobia, racism, ageism, ableism and aggression and environmental destruction, having as a foundation and vision critical and feminist knowledge.
 
Coordenadoras / Coordinators:
IZANDRA FALCAO GOMES (UECE)
LIGIA LUIS DE FREITAS
  Este Eje Temático nace de un colectivo de 10 mujeres que participamos en el armado, diseño y ejecución del curso de posgrado y educación permanente titulada: Perspectivas feministas del sur para (re)pensar la Educación Ambiental (EA). A su vez el curso se gestó en base a una militancia feminista, para dar continuidad a una propuesta que se origina en el llamado a la Revista Tekoporá, titulado: Reflexiones y Prácticas de Educación Ambiental desde/para Latinoamérica que tuvo como ejes centrales de la convocatoria, que los textos reflejaran aportes desde “abajo”, “desde el sur”, tomando las perspectivas teóricas descoloniales y despatriarcales; siendo los marcos teóricos centrales los feminismos, el diálogo de saberes, desde y para latinoamérica. Para este evento, sumamos una discusión que se alinea con la creación de otras resistencias posibles e inventivas, a través de los activismos feministas y ambientalistas. Para esto, buscamos reunir diferentes y diversos trabajos que se articulen con las temáticas de EA y las diversas perspectivas feministas desde el Sur global. Para así ampliar las discusiones que nos ayuden a (re)pensar los movimientos de luchas socioambientales en defensa de sus territorios en América Latina. Además entendemos pertinente enriquecer nuestras reflexiones desde la perspectiva de interseccionalidad, incorporando además del género, la raza y las clases sociales como ejes estructurantes de la actual crisis socioambiental. En este marco, este eje temático, buscará crear un espacio de encuentro entre investigadoras/es que trabajan en la línea desde los feminismos, articulando con: sostenibilidad/sustentabilidad, relación sociedad-naturaleza, conflictos socioambientales, defensa de la vida, del agua, los campos y los bosques, así como otras formas de resistencia creativa e inventivas desde la EA.
 
  This Thematic Axis emerges from a collective of 10 women who participated in the creation, design, and execution of the postgraduate and continuing education course entitled: Southern Feminist Perspectives for (Re)thinking Environmental Education (EE). In turn, the course was conceived based on feminist activism, to give continuity to a proposal that originates in the call to the Tekoporá Journal, entitled: Reflections and Practices of Environmental Education from/for Latin America, which had as its central axes of the call that the texts reflect contributions from "below", "from the South", taking decolonial and de-patriarchal theoretical perspectives; the central theoretical frameworks being feminisms, the dialogue of knowledges, from and for Latin America. For this event, we add a discussion that aligns with the creation of other possible and inventive resistances, through feminist and environmental activism. To this end, we seek to bring together different and diverse works that articulate with the themes of EE and the diverse feminist perspectives from the Global South. In this way, we aim to broaden the discussions that help us (re)think the movements of socio-environmental struggles in defense of their territories in Latin America. In addition, we consider it pertinent to enrich our reflections from an intersectional perspective, incorporating in addition to gender, race and social class as structuring axes of the current socio-environmental crisis. In this framework, this thematic axis will seek to create a meeting space for researchers working in the line from feminisms, articulating with: sustainability, society-nature relationship, socio-environmental conflicts, defense of life, water, fields and forests, as well as other forms of creative and inventive resistance from EE.
 
Coordenadoras / Coordinators:
JULIANA CORRÊA PEREIRA SCHLEE (FURG)
SOLANA XIMENA GONZALEZ PENSADO
MARA KARIDY POLANCO ZULETA
  Com o intuito de reunir pesquisas que investigam gênero e sexualidade tanto no campo linguístico, quanto literário, nossa proposta é criar um espaço que discuta a diversidade a partir de uma interface nesses campos, de modo a refletir as diversas possibilidades de (re)criação de corpos e vivências (im)possíveis. Desse modo, convidamos pesquisadoras/es/ies a diálogos com perspectivas críticas contemporâneas, dos estudos transviados (Bento, 2017) levantando críticas à hegemonia cisheterossexual e seu cistema-mundo, como também discussões que versam sobre as articulações entre o transfeminismo e putafeminismo. Também são bem-vindas pesquisas que visem a discutir as relações de poder, exclusão e (re)existências de corpos subalternos e precários. No âmbito dos estudos de gênero e sexualidade, autoras/es como Judith Butler, Guacira Louro, Paul Preciado, Jaqueline Gomes de Jesus, Megg Rayara, Letícia Nascimento, Amara Moira fomentam essas discussões, reverberando e borrando a primazia da cishetero-norma. Assim, nos estudos linguísticos, trabalhos que investigam construções discursivas de gênero e sexualidade em diversos espaços contribuem para o enriquecimento e fortalecimento das questões sociais na e pela linguagem. Nos estudos literários, abre-se espaço para discussões autobiográficas, de literaturas e paródias infantis-juvenis, como de contos de fadas, bem como dissidências de gênero e sexualidade em ficções e textos literários-históricos, questionando a todo tempo as normas ideológicas da cishetero-norma.
 
 
  With the aim of bringing together research that investigates gender and sexuality in both linguistic and literary fields, our proposal is to create a space that discusses diversity from an interface in these fields, in order to reflect the diverse possibilities of (re)creating bodies and (im)possible experiences. In this way, we invite researchers to engage in dialogues with contemporary critical perspectives, from transviated studies (Bento, 2017), raising critiques of cisheterosexual hegemony and its world-system, as well as discussions that address the articulations between transfeminism and putafeminism. Research that aims to discuss power relations, exclusion, and the (re)existences of subaltern and precarious bodies is also welcome. In the field of gender and sexuality studies, authors such as Judith Butler, Guacira Louro, Paul Preciado, Jaqueline Gomes de Jesus, Megg Rayara, Letícia Nascimento, and Amara Moira have fostered these discussions, reverberating and blurring the primacy of the cisheteronormative. Thus, in linguistic studies, works that investigate discursive constructions of gender and sexuality in various spaces contribute to the enrichment and strengthening of social issues in and through language. In literary studies, there is room for discussions of autobiographies, children's and young adult literature and parodies, such as fairy tales, as well as gender and sexual dissidence in fiction and historical literary texts, constantly questioning the ideological norms of the cisheteronormative.
 
Coordenadores / Coordinators:
RENATO GONÇALVES PERUZZO (UESC)
BRUNO PACHECO (UESC)
ÁDRIAN FERREIRA BARBOZA (UESC)
  O eixo temático busca articular de forma propositiva e transdisciplinar os debates sobre as dissidências de gênero no Brasil ao mesmo tempo em que propõe um olhar renovado sobre o que se compreende por essa dissidência, aqui entendida, mais do que como exercício individual de liberdade de expressão e afirmação da própria subjetividade, mas como caminho para o estabelecimento de relações que rompam com a lógica relacional patriarcal (extrativista, opressiva e necrofílica) e possibilitem novas perspectivas políticas e sociais. A partir de diferentes áreas do saber, buscamos refletir, dentre outras questões, sobre como essas dissidências têm sido apresentadas e representadas, hoje ou no passado; como são (ou foram) entendidas e recebidas socialmente; de que forma os espaços de produção e circulação de saber (como a academia, as artes, as mídias, as redes sociais presenciais ou virtuais etc.) podem contribuir para a desnaturalização do gênero e das desigualdades sociais. Para isso, convidamos trabalhos dos mais diversos campos do saber que versam, por exemplo, sobre: lesbianidades, especialmente as não-hegemônicas; novas masculinidades, paternidade e trabalho doméstico e de cuidados; teoria crip e articulações entre deficiência, gênero e sexualidade; perspectivas críticas sobre a indústria da beleza e da magreza; articulações entre gênero/raça/colonialidade e os limites das epistemologias do norte; política sexual da carne, especismo e destruição da natureza; entre outros temas que expandem os sentidos de "gênero" e, consequentemente, "dissidência de gênero" no Brasil a partir de um paradigma relacional/comunitário (e não individual).
 
 
  This thematic axis aims to articulate in a proactive and transdisciplinary manner the debates on gender dissidence in Brazil, while proposing a renewed look at what is understood by such dissidence. Here, dissidence is understood not merely as an individual exercise of freedom of expression and affirmation of one's subjectivity, but as a path towards establishing relationships that break with the patriarchal relational logic (extractive, oppressive, and necrophilic) and enable new political and social perspectives. From different areas of knowledge, we seek to reflect, among other issues, on how these dissidences have been presented and represented, now or in the past; how they are (or were) understood and received socially; and how spaces for the production and circulation of knowledge (such as academia, arts, media, social networks, both physical and virtual, etc.) can contribute to the denaturalization of gender and social inequalities. To this end, we invite works from the most diverse fields of knowledge that address, for example: lesbianities, especially non-hegemonic ones; new masculinities, fatherhood, and domestic and care work; crip theory and articulations between disability, gender, and sexuality; critical perspectives on the beauty and thinness industry; articulations between gender/race/coloniality and the limits of Northern epistemologies; the sexual politics of flesh, speciesism, and destruction of nature; among other themes that expand the meanings of "gender" and, consequently, "gender dissidence" in Brazil from a relational/community paradigm (and not an individual one).
 
Coordenadoras / Coordinators:
RENATA BRÁS (UFF)
BRUNA SANTIAGO FRANCHINI (UFSC)
NATÁLIA KLEINSORGEN BERNARDO BORGES (UFF)
  Ao discutirmos diversidade sexual, não reforçamos concepções identitárias essencializadas. Com o pensamento pós-estruturalista e o desconstrucionismo proposto por Jacques Derrida, a noção de identidade, seja ela relativa ao indivíduo ou a um grupo social – nação, classe social, gênero, etc. – passou a ser questionada, na medida em que se observou que toda identidade é uma construção histórica e social, atravessada por uma perspectiva interseccional. É fundamental observar que nosso interesse está voltado para a desconstrução – no sentido que Derrida elaborou para o termo – dos gêneros e das identidades sexuais, interessa-nos borrar as fronteiras, sem nem mesmo criar uma identidade queer. As metáforas do corpo político não descrevem apenas uma procura de coesão social orgânica. Elas também indicam a natureza do regime de afecção que sustenta adesões sociais. Há certas afecções orgânicas, e não “deliberações racionais”, que nos fazem agir socialmente de determinada forma. Pois um corpo não é apenas o espaço no qual afecções são produzidas, ele também é produto de afecções. Assim, ao observar as diversas produções cênicas: nacionais, históricas e contemporâneas, percebe-se que as narrativas, os movimentos, as apropriações e suas transgressões se configuram enquanto “brechas”, “rachaduras” na velha ordem da criação, para propor outra maneira de romper com a apatia institucionalizada, interrogar e criticar as representações hegemônicas tradicionais eurocentradas de corpo, gênero, sexualidade, arte e espetáculo. A imaginação e a criação artística nesse sentido, age, sobretudo, como estratégia de sobrevivência, produção de conhecimento em arte, trabalho intelectual e opera resistências e subversões inventivas que criam espaços alternativos e imaginativos, permitindo, assim, a expressão de subjetividades dissidentes.
 
 
  When discussing sexual diversity, we do not reinforce essentialized identity concepts. With post-structuralist thought and the deconstruction proposed by Jacques Derrida, the notion of identity, whether it relates to the individual or to a social group—nation, social class, gender, etc.—has come to be questioned, as it has been observed that all identity is a historical and social construction, crossed by an intersectional perspective. It is essential to note that our interest lies in the deconstruction—in the sense that Derrida elaborated on the term—of genders and sexual identities; we are interested in blurring the boundaries, without even creating a queer identity. The metaphors of the political body describe not only a search for organic social cohesion. They also indicate the nature of the regime of affection that sustains social adhesions. There are certain organic affections, and not "rational deliberations," that make us act socially in a certain way. For a body is not only the space in which affections are produced, it is also a product of affections. Thus, when observing the diverse stage productions: national, historical, and contemporary, it is perceived that the narratives, movements, appropriations, and their transgressions are configured as "cracks," "fissures" in the old order of creation, to propose another way of breaking with institutionalized apathy, interrogating and criticizing traditional Eurocentric hegemonic representations of body, gender, sexuality, art, and spectacle. Imagination and artistic creation in this sense act, above all, as a survival strategy, production of knowledge in art, intellectual work, and operate inventive resistances and subversions that create alternative and imaginative spaces, thus allowing the expression of dissident subjectivities.
 
Coordenadores / Coordenadores:
AROLDO SANTOS FERNANDES JÚNIOR (UESB)
ALBERTO ROCHA JUNIOR (USP)
CAIO CÉSAR SILVA ROCHA (UFSJ)
 
  Vivemos numa sociedade conectada e marcada pela expansão das mídias digitais, contribuindo para o encurtamento de distâncias geográficas e culturais, favorecendo processos de difusão de saberes e ativismos nas redes. Ao mesmo tempo, assistimos ao crescimento do conservadorismo e do neoliberalismo favorecendo a expansão de agendas pautadas no controle, vigilância e cerceamento da educação, sendo atravessados pela proliferação de discursos de ódio e pânicos morais. Esses movimentos utilizam as mídias digitais como plataformas de difusão do pânico moral e dos discursos de ódio que explodem em violências dentro e fora das redes. São sintomas e expressões desses discursos na educação, a proliferação de fake news sobre doutrinação nas escolas, perseguições e ataques a docentes, perseguições e agressões de estudantes LGBT+ nas escolas, dentre outras violências. Neste cenário, compete-nos refletir sobre as formas de resistir ao crescimento do conservadorismo. É neste intuito que propomos o Eixo Temático, “Resistências educativas nas mídias digitais face ao conservadorismo: a tensão entre saberes e ativismos de gêneros e sexualidades e o avanço dos discursos de ódio e pânicos morais”, com o objetivo de reunir trabalhos e pesquisas que tenham como foco a produção de inventividades na educação em tempos difíceis. Compreendemos as redes como espaços frutíferos para a articulação de saberes docentes como forma de resistir ao conservadorismo. Interessa-nos dialogar e reunir trabalhos sobre artefatos culturais associados a ativismos de gêneros e sexualidades. Faz parte deste escopo investigativo, trabalhos que discutem a construção de saberes docentes nas plataformas digitais, como perfis/canais no Instagram, Facebook, Youtube, Tiktok e/ou na criação de Podcast e Videocasts destinados à produção de saberes em rede. Articulam-se também análises sobre discursos de ódio e pânicos morais nas redes, discutindo os riscos que esses discursos representam e seus possíveis “ecos” na reafirmação de preconceitos e violências no campo educacional.
 
  We live in a connected society marked by the expansion of digital media, contributing to the shortening of geographical and cultural distances, favoring processes of diffusion of knowledge and activism in networks. At the same time, we have witnessed the growth of conservatism and neoliberalism, favoring the expansion of agendas focused on control, surveillance, and the curtailment of education, being crossed by the proliferation of hate speech and moral panics. These movements use digital media as platforms for the dissemination of moral panic and hate speech that explode into violence both inside and outside of networks. Symptoms and expressions of these discourses in education include the proliferation of fake news about indoctrination in schools, persecution and attacks on teachers, persecution and aggression of LGBT+ students in schools, among other violence. In this scenario, it is up to us to reflect on ways to resist the growth of conservatism. It is with this intention that we propose the Thematic Axis, "Educational Resistances in Digital Media in the Face of Conservatism: The Tension Between Knowledge and Activism on Gender and Sexualities and the Advance of Hate Speech and Moral Panics", with the objective of bringing together works and research that focus on the production of inventiveness in education in difficult times. We understand networks as fruitful spaces for the articulation of teachers' knowledge as a way of resisting conservatism. We are interested in dialoguing and bringing together works on cultural artifacts associated with gender and sexuality activism. This investigative scope includes works that discuss the construction of teachers' knowledge on digital platforms, such as profiles/channels on Instagram, Facebook, YouTube, TikTok, and/or the creation of Podcasts and Videocasts for the production of networked knowledge. It also articulates analyzes of hate speech and moral panics in networks, discussing the risks that these discourses represent and their possible "echoes" in the reaffirmation of prejudices and violence in the educational field.

Coordenadores / Coordinators:
RACHEL LUIZA PULCINO DE ABREU (UERJ)
DENIZE DE AGUIAR XAVIER SEPULVEDA (UERJ)
JOSÉ ANTONIO MIRANDA SEPULVEDA (UFF)
  Apesar de políticas públicas contra a violência de gênero terem sido implementadas no Brasil entre 2003 e 2016, os altos índices de feminicídio continuam exigindo ações governamentais e da sociedade civil. Desde a década de 70, pesquisadoras e ativistas destacam a necessidade de garantir uma vida livre de violência, reconhecendo os Direitos Humanos das mulheres e articulando a sociedade civil e setores estatais. A pressão dos movimentos feministas tem sido absorvida pela Segurança Pública, resultando em respostas punitivas e alterações na tipificação do feminicídio. No entanto, práticas como culpabilização da vítima, revitimização e violência institucional revelam o déficit democrático dos órgãos policiais e judiciais, inclusive na Rede especializada. Este Eixo Temático propõe consolidar as relações entre direitos humanos e justiça social, com colaborações que evidenciem as insuficiências da noção de humano nos direitos humanos. Inspiradas em críticas feministas, anti-racistas, pensamento descolonial e práxis interseccional, as submissões devem abordar as violações contra mulheres, meninas, pessoas feminizadas, racializadas e periféricas. Essas violações refletem uma violência mais ampla nas esferas pública e privada. Encorajamos a apresentação de trabalhos que ofereçam ferramentas analíticas e metodológicas para revelar a complexidade da relação entre o sistema de justiça e a violência letal no contexto do patriarcado, capitalismo, racismo e outras estruturas de opressão. Buscamos compreender agentes, instituições e processos sociais, com ênfase nas experiências do Brasil e da América Latina, analisando as ambiguidades e contradições imersas em contextos marcados por injustiças e desigualdades interseccionais.
 
 
  Despite the implementation of public policies against gender violence in Brazil between 2003 and 2016, the high rates of femicide continue to demand government and civil society action. Since the 1970s, researchers and activists have highlighted the need to guarantee a life free from violence, recognizing women's human rights and articulating civil society and state sectors. The pressure of feminist movements has been absorbed by Public Security, resulting in punitive responses and changes in the typification of femicide. However, practices such as victim blaming, revictimization, and institutional violence reveal the democratic deficit of police and judicial bodies, including the specialized network. This Thematic Axis proposes to consolidate the relationship between human rights and social justice, with collaborations that highlight the insufficiencies of the notion of the human in human rights. Inspired by feminist, anti-racist, decolonial thought, and intersectional praxis, submissions should address violations against women, girls, feminized, racialized, and peripheral people. These violations reflect a broader violence in both the public and private spheres. We encourage the submission of works that offer analytical and methodological tools to reveal the complexity of the relationship between the justice system and lethal violence in the context of patriarchy, capitalism, racism, and other structures of oppression. We seek to understand agents, institutions, and social processes, with an emphasis on the experiences of Brazil and Latin America, analyzing the ambiguities and contradictions immersed in contexts marked by injustices and intersectional inequalities.
 
Coordenadores / Coordinators:
FABIANE SIMIONI (FURG)
CRISTIANE BRANDÃO AUGUSTO (UFRJ)
  O presente resumo apresenta o Eixo Temático Trabalho e violências: dimensões estruturais e interseccionais que estará aberto a receber comunicações que dialoguem entre as Ciências em perspectiva interdisciplinar, interseccional. As temáticas principais são amplas para que possam abrigar pesquisas concluídas ou em andamento que abordem estudos sobre trabalho e violências vividas pelas mulheres e que impactam no dia a dia, levando em consideração perspectivas de gênero, raça/etnia, sexualidades, gerações, visando construir bases para a equidade e igualdade e que possam promover e articular discussões atuais e produtivas no âmbito da academia e da vida cotidiana profissional. A crise do capital, somada a política neoliberal, têm afetado amplamente o mundo do trabalho fragilizando os mecanismos de proteção social que tornaram a situação do trabalho no Brasil ainda mais brutal. O cenário se agudiza no governo seguinte e atinge letalmente o corpo das mulheres-que-vivem-do-trabalho, por causa da divisão sociossexual e racial do trabalho em sua nova morfologia; as trabalhadoras brancas sofrem mais do que os homens brancos, enquanto as trabalhadoras negras são ainda mais penalizadas que as brancas. Portanto, se faz imprescindível discutir a interseccionalidade. As estatísticas oficiais da violência demonstram que os números continuam em alta para todos os tipos de agressões –feminicídios, violência doméstica, importunação e assédio sexual que não deveriam ocorrer mas quando ocorrem envolvendo empresas públicas e privadas geram debates e mudanças na legislação, visando proteger as mulheres. O problema é que os corpos das mulheres (cis, trans, brancos, negros, indígenas etc...) continuam explorados e sujeitos ao controle da sociedade patriarcal. As questões apresentadas estão atuais e visam dialogar com as áreas disciplinares afins, pretendendo criar espaço de debates e incentivar novas pesquisas acerca dos referidos temas.
 
  This abstract presents the Thematic Axis "Work and Violence: Structural and Intersectional Dimensions", which will be open to receive communications that dialogue between the Sciences from an interdisciplinary and intersectional perspective. The main themes are broad so that they can accommodate completed or ongoing research that addresses studies on work and violence experienced by women and that impact their daily lives, considering perspectives of gender, race/ethnicity, sexuality, and generations, aiming to build foundations for equity and equality and to promote and articulate current and productive discussions in academia and professional daily life. The capital crisis, coupled with neoliberal policies, has had a broad impact on the world of work, weakening the social protection mechanisms that have made the situation of work in Brazil even more brutal. The scenario has worsened in the following government and has lethally affected the bodies of working women, due to the socio-sexual and racial division of labor in its new morphology; white women suffer more than white men, while black women are even more penalized than white women. Therefore, it is imperative to discuss intersectionality. Official statistics on violence show that numbers continue to rise for all types of aggression - femicide, domestic violence, sexual harassment and assault that should not occur but when they occur involving public and private companies generate debates and changes in legislation, aiming to protect women. The problem is that the bodies of women (cis, trans, white, black, indigenous, etc.) continue to be exploited and subject to the control of patriarchal society. The issues presented are current and aim to dialogue with related disciplinary areas, intending to create a space for debate and encourage new research on these topics.
 
Coordenadores / Coordinators:
SORAIA VELOSO CINTRA (UFU)
BARBARA OLIVEIRA ROSA (UNIRIO)
MAYRA FERREIRA MEZZOMO (UFBA)
  Enquanto “un problema social endémico” (Sagot, 2013), a violência de gênero tem se instalado austeramente na vida das mulheres brasileiras nos últimos anos. O Dossiê Feminicídio, da Agência Patrícia Galvão, comunica que o Brasil ocupa o 5º lugar no ranking dos países que mais registram feminicídios. A última edição do Dossiê da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) comunica que, há quatorze anos consecutivos o Brasil é o país que mais mata travestis e transexuais no mundo. Esse fenômeno expressa a necropolítica de gênero, “una definición de quien importa, quien no, quien es desechable y quién no” (Sagot, 2013, p. 1). Tendo como base uma perspectiva interseccional, compreende-se que existe uma diversidade de contextos na qual o feminicídio se manifesta, justamente por se entrecruzar à outras formas violadoras de direitos humanos e por incidir em diferentes mulheridades (jovens, adultas, idosas, negras, ameríndias, cis, trans, imigrantes, com deficiências, de território de favela, dentre outras). No entanto, os estudos feministas sobre a violência contra as mulheres, assim como as políticas públicas de enfretamento ao fenômeno “tendem a priorizar uma abordagem unidimensional de gênero, sem considerar a interseccionalidade entre esta e outras categorias sociais” (Santos, 2017, p. 39). Diante dessas considerações, nossa proposta de Eixo Temático objetiva receber reflexões que tomem como referência o pensamento paradigmático da interseccionalidade, além de ancoradas em perspectivas feministas que evidenciem a natureza estrutural do fenômeno, como aquelas que tratam da tese da guerra contra as mulheres, seja na expressão da pedagogia da crueldade (Segato, 2016), seja na analítica da permanente caça às bruxas (Federici, 2017;2019), assim como perspectivas contributivas à desconstrução de práticas eurocentradas/ocidentalizadas da academia e suas formas de saber, trazendo-nos esquemas de pensamento racializados, decoloniais e não cisgenerificados para a interpretação do fenômeno.
 
  As an "endemic social problem" (Sagot, 2013), gender-based violence has become a stark reality in the lives of Brazilian women in recent years. The Femicide Dossier, by the Patrícia Galvão Agency, reports that Brazil ranks 5th in the world for the highest number of recorded femicides. The latest edition of the Dossier of the National Association of Transvestites and Transsexuals (ANTRA) reports that, for fourteen consecutive years, Brazil has been the country that kills the most transvestites and transsexuals in the world. This phenomenon expresses the necropolitics of gender, "a definition of who matters, who does not, who is disposable and who is not" (Sagot, 2013, p. 1). Based on an intersectional perspective, it is understood that there is a diversity of contexts in which femicide manifests itself, precisely because it intersects with other forms of human rights violations and affects different women (young, adult, elderly, black, indigenous, cis, trans, immigrants, with disabilities, from favela territories, among others). However, feminist studies on violence against women, as well as public policies to address the phenomenon, "tend to prioritize a one-dimensional approach to gender, without considering the intersectionality between it and other social categories" (Santos, 2017, p. 39). Given these considerations, our proposed Thematic Axis aims to receive reflections that take as a reference the paradigmatic thinking of intersectionality, as well as anchored in feminist perspectives that highlight the structural nature of the phenomenon, such as those that deal with the thesis of the war against women, whether in the expression of the pedagogy of cruelty (Segato, 2016), or in the analytical of the permanent witch hunt (Federici, 2017; 2019), as well as perspectives that contribute to the deconstruction of Eurocentric/Westernized practices of academia and its forms of knowledge, bringing us racialized, decolonial, and non-cisgendered frameworks of thought for the interpretation of the phenomenon.
 
Coordenadoras / Coordinators:
SILVANA MARINHO (UERJ)
ARIANA KELLY DOS SANTOS (UFRJ)
ROSÁRIA DE FÁTIMA DE SÁ PEREIRA DA SILVA (UFRJ)
  É estimado que a cada hora, mais de três crianças e adolescentes são violentados/as sexualmente no Brasil. A partir desse cenário, nosso ST propõe discutir o campo educacional como ferramenta de combate e prevenção da violência sexual contra crianças e adolescentes. Almejamos reunir materiais autorais que possam debater sobre os reflexos das violências sexuais para as vítimas, no campo educativo; analisar aspectos sociais naturalizados e que impulsionam as violências sexuais; além de discutir acerca de estratégias pedagógicas que subsidiem a atuação profissional nas instituições escolares, buscando conscientizar e prevenir comunidades externas e internas. Com esse panorama, indicamos como questionamento geral: como a educação pode (re)pensar diferentes aspectos sociais e contribuir para a superação das violências sexuais contra crianças e adolescentes? Defendemos que a escola é um local também frequentado por alunas e alunos vítimas de violências diárias, entre elas, sexuais. Ademais, trata-se de um espaço privilegiado para a socialização, construção identitária, formação de senso crítico e promoção do processo de ensino e aprendizagem, a partir de conteúdo com embasamento científico. Quanto ao caminho metodológico, serão aceitas pesquisas amparadas nas mais variadas abordagens (bibliográfica, documental, de campo etc.) com análise qualitativa, quantitativa, quanti-quali, que versem sobre as violências sexuais contra o público infantojuvenil, estejam elas concluídas ou em andamento. Quanto aos referenciais teóricos, abraçaremos textos com base nas teorias feministas, análises de discursos, análises de conteúdo, Pedagogias de gênero e sexualidade, Pedagogias culturais entre outras. Enquanto resultados, o presente ST busca proporcionar o debate e a problematização da relação entre Educação e violência sexual contra crianças e adolescentes, no sentido de chamar aa tenção de alunos/as, docentes e pesquisadores/as acerca de uma temática que já se tornou uma epidemia em nosso país. Consideramos que cabe a nós, profissionais atuantes neste meio, nos atentar para os possíveis sinais expressos pelas vítimas.
 
 
  It is estimated that more than three children and adolescents are sexually abused every hour in Brazil. Based on this scenario, our ST proposes to discuss the educational field as a tool to combat and prevent child and adolescent sexual abuse. We aim to gather original materials that can debate the repercussions of sexual violence on victims in the educational field; analyze naturalized social aspects that fuel sexual violence; and discuss pedagogical strategies to support professional work in schools, seeking to raise awareness and prevent external and internal communities. With this panorama, we indicate as a general question: how can education (re)think different social aspects and contribute to overcoming sexual violence against children and adolescents? We argue that the school is also a place frequented by students who are victims of daily violence, including sexual violence. Moreover, it is a privileged space for socialization, identity construction, critical thinking, and the promotion of the teaching and learning process, based on scientifically grounded content. Regarding the methodological approach, research based on a variety of approaches (bibliographic, documentary, field research, etc.) with qualitative, quantitative, or mixed methods analysis will be accepted, which address sexual violence against children and adolescents, whether completed or ongoing. Regarding theoretical references, we will embrace texts based on feminist theories, discourse analysis, content analysis, gender and sexuality pedagogies, cultural pedagogies, among others. As results, this ST seeks to promote the debate and problematization of the relationship between education and sexual violence against children and adolescents, in order to draw the attention of students, teachers, and researchers to a topic that has become an epidemic in our country. We believe that it is up to us, professionals working in this field, to be aware of the possible signs expressed by the victims.
 
Coordenadores / Coordinators:
MÁRCIO DE OLIVEIRA (UFAM)
ELIANE ROSE MAIO (UEM)
SUELEN SOARES BARCELO DE MIRANDA (UEM)
  A violência sexual nas universidades é um fenómeno que tem vindo, nas últimas décadas, a despertar interesse junto da comunidade científica e da sociedade civil, dada a sua dimensão e complexidade. A par das consequências psicológicas, físicas e sociais para as vítimas, os impactos estruturais da violência sexual obrigam a uma reflexão profunda sobre os mecanismos que sustentam as desigualdades de género e o acesso diferenciado ao poder, sobretudo em ambientes marcados pela misoginia. Como vários estudos têm vindo a concluir (e.g., Jones, Farrelly, & Barter, 2024; Steele et al., 2023), a prevalência da violência sexual nas universidades é elevada, podendo manifestar-se sob a forma de assédio, tentativas de violação e violação. Estando enquadrados em relações hierárquicas assimétricas, os casos de violência sexual afetam maioritariamente as mulheres, pessoas imigrantes, com diversidade funcional, lésbicas, gays, bissexuais, transgénero e não binárias, com repercussões graves do ponto de vista da saúde e da qualidade de vida (Beaulieu et al., 2017; Staples & Fuller, 2021). Face a um conhecimento cada vez mais consolidado sobre as características e dinâmicas da violência sexual nas universidades, medidas e políticas têm sido desenvolvidas pelos Estados, na tentativa de o prevenir e combater. Também as próprias universidades têm investido na criação de canais de denúncia, protocolos de atuação e serviços de apoio para vítimas e pessoas ofensoras, bem como na formação de estudantes e docentes, por forma a capacitar as comunidades académicas para agir sobre o fenómeno. O presente eixo temático visa agregar propostas de apresentação de estudos científicos sobre a violência sexual nas universidades, cujo análise seja perpassada por uma perspectiva de género ou intersecional. São benvindas propostas assentes em boas práticas implementadas por universidades e/ou políticas públicas com resultados efetivos na redução das taxas de violência sexual neste contexto.
 
  Sexual violence in universities is a phenomenon that, in recent decades, has been attracting the interest of the scientific community and civil society, given its dimension and complexity. In addition to the psychological, physical, and social consequences for victims, the structural impacts of sexual violence necessitate a deep reflection on the mechanisms that sustain gender inequalities and differentiated access to power, especially in environments marked by misogyny. As several studies have concluded (e.g., Jones, Farrelly, & Barter, 2024; Steele et al., 2023), the prevalence of sexual violence in universities is high, and it can manifest as harassment, attempted rape, and rape. Being framed in asymmetrical hierarchical relationships, cases of sexual violence predominantly affect women, immigrants, people with disabilities, lesbians, gays, bisexuals, transgender and non-binary individuals, with serious repercussions in terms of health and quality of life (Beaulieu et al., 2017; Staples & Fuller, 2021). In the face of increasingly consolidated knowledge about the characteristics and dynamics of sexual violence in universities, measures and policies have been developed by States in an attempt to prevent and combat it. Universities themselves have also invested in creating reporting channels, protocols for action, and support services for victims and perpetrators, as well as in training students and faculty, in order to empower academic communities to act on the phenomenon. The present thematic axis aims to bring together proposals for the presentation of scientific studies on sexual violence in universities, whose analysis is permeated by a gender or intersectional perspective. Proposals based on good practices implemented by universities and/or public policies with effective results in reducing rates of sexual violence in this context are welcome.
 
Coordenadoras / Coordinators:
ANA SOFIA ANTUNES DAS NEVES
ARIANA PINTO CORREIA
  O femi(ni)cídio é o assassinato de mulheres pela condição de gênero. É um ato hediondo que decorre, usualmente, de uma trajetória de violências psicológicas, morais, patrimoniais, físicas, sexuais, simbólicas e institucionais. Tem significativos impactos sociais, jurídicos, afetivos, culturais nas sobreviventes (em casos de femi(ni)cídios tentados) e em familiares das mulheres vitimadas. Se alicerça no sistema cisheteropatriarcal-racista-capitalista que, em uma lógica de opressão-dominação-exploração, estrutura a vida das mulheres no tecido social, conjuntura essa que (re)produz e mantém relações violentas e as normaliza. Historicamente, a terminologia femicídio tem sido adotada para evidenciar as diferenças entre os homicídios femininos e masculinos. No contexto latino-americano, o conceito de feminicídio implica em problematizar o papel e negligências do Estado na morte de mulheres. De modo mais recente, os lesbocídios (assassinato misógino de mulheres lésbicas) e os transfemi(ni)cídios (assassinato misógino de mulheres trans) passaram a compor os debates e agendas dos movimentos sociais e políticas públicas, ainda que de forma marginal. Femi(ni)cídios não decorrem de eventos isolados ou inesperados, ao contrário, são crimes que podem ser evitados pela ação do Estado a partir da implementação de estratégias de prevenção às violências e práticas de cuidados às mulheres e meninas. Assim, prevenir o femi(ni)cídio é uma forma de prevenir todas as formas de violências contra mulheres e meninas, desde as simbólicas até os assassinatos misóginos. Partindo dessas considerações, esse eixo temático busca acolher pesquisas, relatos de experiências, estágios e extensão que envolvam problematizações acerca dos femi, lesbo e/ou transfemi(ni)cídios e as estratégias de prevenção e cuidados desenvolvidos por profissionais, instituições públicas, privadas e sociedade civil que tangenciam as violências de gênero e domésticas.
 
 
  Femic(ide) is the murder of women because of their gender. It is a heinous act that typically stems from a history of psychological, moral, economic, physical, sexual, symbolic, and institutional violence. These crimes have profound social, legal, emotional, and cultural impacts on survivors (in cases of attempted femic(ide)s) and on the families of the victims. This phenomenon is rooted in a cisheteropatriarchal-racist-capitalist system that, through a logic of oppression, domination, and exploitation, structures women’s lives within the social fabric, perpetuating and normalizing violent relationships.
Historically, the term "femicide" has been adopted to highlight the differences between male and female homicides. In the Latin American context, "feminicide" further problematizes the role and negligence of the state in women’s deaths. More recently, the concepts of lesbicides (misogynistic murders of lesbian women) and transfem(ic)ides (misogynistic murders of trans women) have emerged in discussions and on the agendas of social movements and public policies, albeit marginally. Femic(ides) are not isolated or unforeseen events. On the contrary, these are preventable crimes that require state action through the implementation of violence prevention strategies and care practices for women and girls. Preventing femic(ide) is, therefore, a way to prevent all forms of violence against women and girls, from symbolic acts to misogynistic murders. In light of these considerations, this thematic axis seeks to encompass research, experience reports, internships, and extension projects that address femi, lesbo, and/or transfem(ic)ides. It also aims to explore prevention strategies and care practices developed by professionals, public and private institutions, and civil society in response to gender and domestic violence.
 
Coordenadoras / Coordinators:
TATIANA MACHIAVELLI CARMO SOUZA (UFCAT)
MARIA JOSÉ MAGALHÃES
CÁTIA PONTEDEIRA
  Este eixo temático propõe uma abordagem que dialoga sobre como os artefatos culturais – tais como música, cinema, literatura e expressões artísticas outras – podem se constituir como ferramentas pedagógicas e potências curriculares para o reconhecimento e valorização de corpos plurais em suas interseções de gênero, sexualidade e raça/etnia. Em um cenário em que a escola se configura como um espaço de construção de identidades, perpassado por relações de saber e poder, este debate propõe investigar como tais ferramentas pedagógicas podem contribuir para acolher as diversidades e desconstruir estereótipos que ainda predominam nas instituições educacionais. Ao trazer esses artefatos para a sala de aula, professoras(es) e alunas(os) podem engajar-se em diálogos que (res)signifiquem os corpos e as identidades, permitindo que a escola e a universidade se tornem espaços de (re)existência das múltiplas narrativas e pertencimentos culturais. Este eixo pretende especular os artefatos culturais no cerne das estratégias didáticas e metodológicas em diferentes áreas do conhecimento da educação escolar e universitária e discutir a importância de integrar essas manifestações culturais ao currículo educacional em todos os níveis. Assim, a potência deste eixo consiste em fomentar discussões sobre práticas pedagógicas que pensem os artefatos culturais como estratégias de promoção de espaços educativos plurais comprometidos com as dimensões étnico-raciais, as questões de gênero e sexualidades, potencializando uma educação pluralista e (trans)formadora, em sintonia com os desafios e urgências da contemporaneidade. Nesse sentido, convida pesquisadoras(es), educadoras(es) e estudantes a compartilharem experiências, estudos e reflexões que problematizem, (re)pensem e (res)signifiquem, a partir dos artefatos culturais, os (não) lugares que ainda ocupam os corpos plurais nos espaços educativos públicos e privados do Brasil.
 
  This thematic axis proposes an approach that explores how cultural artifacts—such as music, cinema, literature, and other artistic expressions—can serve as pedagogical tools and curricular strengths for recognizing and valuing plural bodies in their intersections of gender, sexuality, and race/ethnicity. In a context where schools function as spaces for identity construction, shaped by power and knowledge relations, this discussion seeks to investigate how these pedagogical tools can foster inclusivity and help deconstruct stereotypes that still prevail in educational institutions. By incorporating cultural artifacts into the classroom, teachers and students can engage in dialogues that (re)signify bodies and identities, allowing schools and universities to become spaces for (re)existence of multiple narratives and cultural belongings. This axis aims to explore cultural artifacts at the core of didactic and methodological strategies across various fields of knowledge in school and university education and to discuss the importance of integrating these cultural manifestations into educational curricula at all levels. The strength of this axis lies in fostering discussions on pedagogical practices that view cultural artifacts as strategies to promote plural educational spaces committed to addressing ethnic-racial dimensions, gender issues, and sexualities. These efforts aim to enhance a pluralistic and (trans)formative education aligned with the challenges and urgencies of contemporary society. In this sense, the axis invites researchers, educators, and students to share experiences, studies, and reflections that question, (re)think, and (re)signify, through cultural artifacts, the (non)spaces that plural bodies still occupy in public and private educational environments in Brazil.
 
 
Coordenadores / Coordinators:
PEDRO PAULO SOUZA RIOS (UEFS)
LAIS MACHADO DE SOUZA (UEFS)
RONIEL SANTOS FIGUEIREDO (UESB)
  Apesar de o Brasil não possuir leis que criminalizem o gênero e a sexualidade de forma primária, o país tem sido palco de intenso policiamento e controle penal da população LGBTI+ e de mulheres, especialmente entre o período histórico marcado pela ditadura militar até o momento contemporâneo. A seletividade penal que registra essas pessoas como potencialmente criminalizáveis tem considerado os marcadores de gênero e sexualidade para a constituição de uma punição maior e mais qualificada, o que faz com que essas pessoas experimentem processos sociais específicos de encarceramento e tratamento penal. Embora o fenômeno do encarceramento de mulheres e pessoas LGBTI+ seja antigo, as primeiras literaturas que debatem com centralidade essas questões são recentes e ainda inconclusas. Dos anos 2000 para cá, um campo científico pós-graduado vem se constituindo com maior profundidade em torno das experiências penais em relação à população LGBTI+ e de mulheres, e também a análise sobre as experiências criminais dessas populações na relação com a administração com a justiça criminal. A elaboração deste eixo temático, logo, é imperiosa para os estudos sobre corpo, gênero e sexualidade, considerando a possibilidade de reunir estudos em torno do gênero e da sexualidade nas prisões, no “mundo do crime” e no acesso à justiça desde a sua produção epistêmica até as experiências locais e globais que vem se constituindo sobre as chamadas “políticas penitenciárias” com interface de gênero e sexualidade.
 
   Although Brazil does not have laws that criminalize gender and sexuality in a primary way, the country has been a stage for intense policing and penal control over the LGBTI+ population and women, particularly from the historical period marked by the military dictatorship to the present day. The penal selectivity that classifies these individuals as potentially criminalizable has taken gender and sexuality markers into account in the constitution of harsher and more qualified punishment, which causes them to experience specific social processes of incarceration and penal treatment. While the phenomenon of incarcerating women and LGBTI+ people is not new, the first literature that centrally addresses these issues is recent and still inconclusive. Since the 2000s, a growing field of postgraduate research has been developing more deeply around penal experiences related to the LGBTI+ population and women, as well as the analysis of their criminal experiences in relation to the administration of criminal justice. The development of this thematic axis is therefore crucial for studies on body, gender, and sexuality, considering the opportunity to gather studies on gender and sexuality in prisons, in the "world of crime," and in access to justice, from their epistemic production to local and global experiences that are shaping the so-called "penitentiary policies" at the intersection of gender and sexuality.
 
Coordenadores / Coordinators:
GUILHERME GOMES FERREIRA (UFRGS)
JOANA DAS FLORES DUARTE (UNIFESP)
SIMONE BRANDÃO SOUZA (UFRB)
  Louro (2024) nos atenta que “é relevante refletir sobre os modos como se regulam, se normatizam e se vigiam os sujeitos de diferentes gêneros, raças e classes nas suas formas de experimentar prazeres e desejos”. Para a autora, “refletir sobre as práticas que tais sujeitos põem em ação para responder a esses desejos, as práticas que acionam para se constituírem como homens e mulheres”. As discussões sobre gênero, sexualidades e diversidade sexual no Ensino Médio têm encontrado contornos sombrios nos últimos anos, pois com o avançar do levante conservador no cenário político brasileiro na atualidade e também pelo caráter neoliberal que os documentos oficiais da Educação têm sido atravessados, pautar esse debate no âmbito escolar/educacional tem sido cada vez mais espinhoso e polemico. Na concepção de Seffner & Penna (2024), “há na sociedade brasileira uma profusão de movimentos sociais de caráter francamente reacionário, como ‘escola sem partido’, que ataca a educação democrática, e a pretensa denúncia de uma ‘ideologia de gênero’, que ataca a liberdade de ensinar em questões de gênero e sexualidade, buscando sufocar a possibilidade do direito a ter direitos”. Esse Eixo Temático tem como principal objetivo promover uma troca dialógica entre pesquisadoras e pesquisadores que desenvolvem investigações que estabeleçam conexões entre a escola na relação direta com os seus sujeitos sociais, no que diz respeito às discussões que circundam as temáticas de gênero, sexualidades e diversidade sexual no Ensino Médio. Os trabalhos aqui acolhidos podem ser resultados de pesquisas concluídas e/ou em andamento, bem como relatos de experiências de ações pedagógicas de qualquer área do conhecimento que envolvam as temáticas citadas.
 
  Louro (2024) alerts us that "it is important to reflect on how subjects of different genders, races, and classes are regulated, normalized, and surveilled in their ways of experiencing pleasures and desires." For the author, "reflecting on the practices that these subjects engage in to respond to those desires, the practices they employ to establish themselves as men and women."Discussions about gender, sexualities, and sexual diversity in secondary education have taken on darker contours in recent years. With the rise of the conservative movement in the current Brazilian political scenario, and the neoliberal character that official education documents have been increasingly influenced by, addressing this debate within schools and educational settings has become increasingly contentious and controversial. According to Seffner & Penna (2024), "in Brazilian society, there is a profusion of openly reactionary social movements, such as ‘school without party,’ which attacks democratic education, and the alleged denunciation of a ‘gender ideology,’ which challenges the freedom to teach on gender and sexuality issues, attempting to stifle the possibility of the right to have rights."The main goal of this thematic axis is to promote a dialogical exchange between researchers who are conducting studies that establish connections between schools and their social subjects, specifically regarding the discussions surrounding gender, sexualities, and sexual diversity in secondary education. The works presented here can include completed and ongoing research, as well as reports of pedagogical experiences in any area of knowledge that engage with these themes.
 
Coordenadores / Coordinators:
NUBIA REGINA MOREIRA (UESB)
JOSÉ MIRANDA OLIVEIRA JÚNIOR (UESB)
AMANAIARA CONCEIÇÃO DE SANTANA MIRANDA
  É notável que, historicamente, o crescimento de produções teóricas sobre as lesbianidades e bissexualidades tem conexão direta com a autonomia do movimento lésbico e bissexual em relação à tutela do movimento homossexual. Por muito tempo, o movimento LGBTQI+ reproduziu as singularidades das experiências gays e o apagamento dos corpos e experiências das feminilidades trans, lésbicas e bissexuais, sem dar visibilidade e sem considerar as particularidades desses corpos e práticas. Nesse sentido, as produções sobre as lesbianidades e bissexualidades devem promover discursos questionadores sobre o heterociscentrismo normalizador e hierárquico que colocam as lésbicas e mulheres bissexuais no lugar da subalternidade. Além disso, as produções LésBi necessitam também dar visibilidade para suas existências plurais e as muitas formas de se colocar no mundo como lesbiana ou bissexual. Para esse Simpósio Temático são interessantes trabalhos em formato de estudos, performances, relatos de experiências ou outras formas de expressão, que entrecruzam a teorização e o ativismo, fundamentados na multiplicidade de realidades e experiências, as quais, por sua vez, se inserem em perspectivas interseccionais, plurais e não essencialistas. Portanto, serão privilegiadas as comunicações que considerem intersecções com as lesbianidades e as bissexualidades de mulheres, tais como etnia/raça, geracional, classe, corponormatividades, entre outras. É importante que as comunicações sigam perspectivas decoloniais, anticapitalistas, antirracistas, anticapacitistas, feministas, lésbicas e/ou bissexuais de mulheres.
 
   It is notable that, historically, the growth of theoretical productions on lesbian and bisexual identities has a direct connection with the autonomy of the lesbian and bisexual movements in relation to the oversight of the gay movement. For a long time, the LGBTQI+ movement reproduced the singularities of gay experiences and the erasure of trans, lesbian, and bisexual bodies and experiences, failing to give visibility to and consider the particularities of these bodies and practices. In this sense, productions on lesbian and bisexual identities should promote questioning discourses about the heterocisnormative and hierarchical systems that place lesbians and bisexual women in a position of subalternity. Furthermore, LésBi productions must also give visibility to their plural existences and the many ways of being in the world as lesbian or bisexual. For this Thematic Symposium, works in the form of studies, performances, experience reports, or other forms of expression that intersect theory and activism, grounded in the multiplicity of realities and experiences, are of particular interest. These should be approached from intersectional, plural, and non-essentialist perspectives. Therefore, communications that consider intersections with lesbian and bisexual identities of women, such as ethnicity/race, generation, class, body normativities, among others, will be prioritized. It is important that the communications follow decolonial, anticapitalist, antiracist, anticapacitist, feminist, lesbian, and/or bisexual perspectives of women.
 
Coordenadores / Coordinators:
FRANCIELE REIS MESSIAS (UNEB)
AMÉLIA TEREZA SANTA ROSA MARAUX (UNEB)
SIMONE BRANDÃO SOUZA (UFRB)
  
  O aborto é crime no Brasil, permitido em duas situações: quando a gravidez representa risco de morte para as meninas, mulheres cisgênero e pessoas que gestam, e quando esta é resultado de violência sexual. Desde 2012, em gestações de fetos anencéfalos. A criminalização não faz com que as pessoas deixem de realizar abortos, produz e reforça o racismo e as iniquidades socioeconômicas que estruturam historicamente a sociedade brasileira. Uma a cada cinco mulheres entre 18 e 39 anos declarou que realizou pelo menos um aborto. Houve um declínio no número de abortos e de internações para tratar complicações, porém o aborto permanece sendo um grave problema de saúde pública e importante causa de mortalidade materna no Brasil. São as mulheres pretas e pardas, mais jovens, de periferias as mais afetadas. Na contramão do que ocorreu em outros países da América Latina, no Brasil tem ocorrido diferentes ofensivas contra os direitos sexuais e os direitos reprodutivos. Tais ações objetivam a manutenção das estruturas de poder opressivas que concretizam a continuidade do controle e desapropriação dos corpos das meninas, mulheres cisgênero e pessoas que gestam, regulando o exercício das sexualidades e da reprodução segundo perspectivas religiosas conservadoras, desconsiderando a justiça reprodutiva. Justiça reprodutiva é um conceito que intersecciona o racismo, o patriarcalismo, o classismo e outras opressões correlatas, expandindo e complexificando a noção de direitos reprodutivos ao integrar a saúde reprodutiva à justiça social. O eixo temático objetiva construir um espaço de diálogos sobre pesquisas e relatos de experiência que discutam abortos, (in)justiça reprodutiva, direitos sexuais, direitos reprodutivos que articulem raça, gênero, classe, diversidade sexual e outras dimensões sociais. Perspectivas/ações de resistências, do processo de luta pela descriminalização e legalização do aborto no Brasil e em outros países, priorizando-se a diversidade territorial e sociocultural e distintas experiências de aborto.
 
  Abortion is criminalized in Brazil, allowed only in two situations: when the pregnancy poses a risk of death to cisgender women, girls, and people who gestate, and when the pregnancy results from sexual violence. Since 2012, abortion is also permitted in cases of anencephalic fetuses. Criminalization does not prevent people from seeking abortions; instead, it reinforces racism and socio-economic inequities that have historically shaped Brazilian society. One in five women between the ages of 18 and 39 has reported having had at least one abortion. While there has been a decline in the number of abortions and hospitalizations for complications, abortion remains a serious public health issue and a significant cause of maternal mortality in Brazil. Black and mixed-race women, younger women, and those from peripheral areas are most affected. Contrary to what has occurred in other Latin American countries, Brazil has seen various attacks on sexual and reproductive rights. These actions aim to maintain oppressive power structures that perpetuate the control and dispossession of the bodies of cisgender women, girls, and people who gestate, regulating the exercise of sexuality and reproduction according to conservative religious perspectives, disregarding reproductive justice. Reproductive justice is a concept that intersects with racism, patriarchy, classism, and other related oppressions. It expands and complicates the notion of reproductive rights by integrating reproductive health with social justice. This thematic axis aims to create a space for dialogue about research and experience reports that address abortion, (in)reproductive justice, sexual rights, and reproductive rights, focusing on race, gender, class, sexual diversity, and other social dimensions. It will prioritize perspectives/actions of resistance, the struggle for abortion decriminalization and legalization in Brazil and other countries, with an emphasis on territorial and sociocultural diversity and different abortion experiences.
 
Coordenadoras / Coordinators:
MARIANA RAMOS PITTA LIMA (FIOCRUZ)
PALOMA SILVA SILVEIRA (UFPE)
EMANUELLE FREITAS GOES 
  Gênero, religião são temas que estão profundamente interligados, posto que as mais diversas religiões do mundo possuem, muitas vezes, papéis de gênero bem definidos entre homens e mulheres, e esses, em alguns momentos, são vistos de maneira antropológica com olhares enviesados por um pensamento pré-concebido. Nesse contexto, o cinema serve como um espelho, cuja a sociedade se olha e se reflete em seus mais diversos comportamentos e ações, dando margem para que ela, em si, possa abrir o seu leque e refletir de maneira antropológica, social e filosófica sobre si e sobre o seu olhar sobre o outro. Para esse GT, buscamos trabalhos que contemplem a dimensão religiosa no contexto de gênero dentro do cinema, bem como as mais diversas representações de gênero e a influência religiosa no contexto cinematográfico para a continuidade de uma construção (pré)conceituosa – ou não – de determinados gêneros em âmbito da representação da fé. Aqui, discutir-se-á como as relações de gênero são representadas pela sétima arte, tanto no Oriente como no Ocidente, suas semelhanças e diferenças quanto à geografia e história dos povos envolvidos. Para isso, serão considerados estudos nas mais diversas religiões existentes.
 
  Gender and religion are deeply interconnected themes, as most of the world’s religions often have clearly defined gender roles for men and women. These roles, at times, are viewed through anthropological lenses shaped by preconceived ideas. In this context, cinema acts as a mirror, allowing society to look at itself and reflect on its various behaviors and actions. This reflection enables society to open up and think anthropologically, socially, and philosophically about itself and its perception of others. For this thematic group (GT), we seek works that address the religious dimension in the context of gender within cinema, as well as the various representations of gender and the influence of religion in the cinematic portrayal of faith. These works will examine how cinema either perpetuates or challenges pre-conceived ideas about gender through its portrayal of religious contexts. Discussions will focus on how gender relations are represented in film, both in the East and the West, exploring the similarities and differences in the geography and history of the peoples involved. Studies from a wide range of religious traditions will be considered, examining how religion influences gender representations in cinematic narratives.
 
Coordenadoras / Coordinators:
RITA CRISTIANA BARBOSA (UFPB)
THAIS DE MATOS BARBOSA (UFPB)
GLEZIA ALVES DE MELO (UFPB)
  A abordagem no currículo escolar das temáticas relacionadas à Educação em Sexualidade (ES) é fundamental para a formação integral de crianças, adolescentes, jovens e adultos. A defesa da abordagem dessas temáticas nas escolas se fundamenta em diferentes pesquisas que demonstram como docentes, familiares, estudantes e demais pessoas que fazem parte do cotidiano escolar percebem a importância e a necessidade desse trabalho. Além disso, existe uma predominância de pesquisas acadêmicas sobre concepções de sexualidade entre docentes e estudantes, sobre carência de formação inicial e contínua a respeito de aspectos teóricos e práticos das temáticas ou que privilegiem uma determinada faixa etária para a abordagem da ES. Pouco se investiga sobre práticas pedagógicas em Educação em Sexualidade, principalmente quanto à avaliação dos trabalhos realizados nas escolas e mais especificamente em relação à Educação Infantil, aos Anos Iniciais do Ensino Fundamental e à Educação para Jovens e Adultos. O foco tradicionalmente é para uma ES voltada para adolescentes, heterocisnormativa e que ignora pessoas com deficiência, pessoas com diferentes orientações sexuais, bem como aspectos étnico-raciais. Para além da constatação de que as abordagens biológicas-higienistas ainda se fazem presentes e predominam em muitas das intervenções didáticas, se faz necessário conhecer e analisar as práticas que também abordam e privilegiam a questão da diversidade relacionada aos diferentes marcadores socio-sexuais. O conhecimento e a análise das práticas pedagógicas que abordam a questão da diversidade são importantes para contribuir com uma educação inclusiva, significativa e acolhedora das diferenças, além de possibilitar o avanço da abordagem da ES nas escolas. Assim, o objetivo desse eixo temático é criar um espaço para a discussão de pesquisas e relatos de experiência sobre práticas pedagógicas que abordem a questão das diversidades na Educação em Sexualidade, quanto às questões de raça, etnia, classe social, deficiência, gênero, orientação sexual, sexualidade e aspectos geracionais.
 
  The inclusion of sexuality education (SE) in school curricula is essential for the holistic development of children, adolescents, young people, and adults. The advocacy for addressing these themes in schools is based on various studies that highlight how teachers, families, students, and other members of the school community recognize the importance and need for this work. Furthermore, there is a predominance of academic research focusing on conceptions of sexuality among teachers and students, as well as the lack of initial and ongoing training regarding theoretical and practical aspects of SE, often with a focus on specific age groups. There is limited research on pedagogical practices in sexuality education, especially concerning the evaluation of work carried out in schools, and more specifically in Early Childhood Education, the early years of Primary Education, and Adult Education. The traditional focus tends to be on SE aimed at adolescents, which is often heteronormative and excludes people with disabilities, those with different sexual orientations, as well as ethnic-racial considerations. Beyond recognizing that biological-hygienic approaches still prevail in many didactic interventions, there is a need to explore and analyze practices that also emphasize diversity related to different socio-sexual markers. Understanding and analyzing pedagogical practices that address diversity are important to contribute to an inclusive, meaningful, and welcoming education that embraces differences, and to advancing the inclusion of SE in schools. Thus, the goal of this thematic axis is to create a space for discussing research and experience reports on pedagogical practices that address diversity within sexuality education, considering issues of race, ethnicity, social class, disability, gender, sexual orientation, sexuality, and generational aspects.
 
Coordenadoras / Coordinators:
RAFAELA CORDEIRO GAMA
MEIRI APARECIDA GURGEL DE CAMPOS MIRANDA (UFABC)
ZÉLIA ANASTÁCIO
  Esse eixo temático articula os campos de estudos de currículo, corpo, sexualidade e gênero, pedagogias culturais e estudos pós-estruturalistas. Partimos da seguinte questão norteadora: Que (bio)docências e pedagogias de sexualidade, corpo e gênero estão sendo (des)construídas nos (e além dos) currículos escolares e acadêmicos? Entendemos (bio)docências como diferentes modos de ensinar e aprender sobre/para/com vidas além do biológico, isto é, tais docências vão além do campo da Biologia, articulando outros campos de saber às pedagogias culturais. Ao assumirmos o currículo como artefato cultural, pressupomos a (re)invenção de saberes e práticas que incorporem, de modo contínuo e sistemático, as temáticas de sexualidade, corpo e gênero, favorecendo uma “arte de viver” em articulação com distintos campos de saber, além da Biologia. Nessa perspectiva, buscamos dar visibilidade a pesquisas que favoreçam a (des)construção de (bio)docências como espaços possíveis para o (re)conhecimento da diversidade de vidas com uma multiplicidade de corpos, gêneros e sexualidades. Sobretudo, ao assumirmos a docência como um processo formativo de ensino e aprendizagem que vai além de manuais didáticos e/ou documentos curriculares, posto que abrange múltiplas identidades/diferenças, modos de subjetivação docentes e diferentes pedagogias e artefatos culturais que podem ser reinventados cotidianamente. Nesse olhar, almejamos reunir estudos que possibilitem (re)criar docências e currículos acerca da trinca corpos-gêneros-sexualidades, o que pressupõe invenções e artistagens a partir de articulações entre pedagogias e artefatos culturais (cinema, livros, produções audiovisuais...), permitindo (re)pensar saberes e práticas docentes.
 
  This thematic axis connects the fields of curriculum studies, body, sexuality and gender, cultural pedagogies, and post-structuralist studies. It is guided by the following central question: What (bio)educations and pedagogies of sexuality, body, and gender are being (de)constructed in (and beyond) school and academic curricula? We understand (bio)educations as different ways of teaching and learning about/for/with lives beyond the biological, that is, these educations go beyond the field of Biology by integrating other fields of knowledge into cultural pedagogies. By considering the curriculum as a cultural artifact, we assume the (re)invention of knowledge and practices that continuously and systematically incorporate the themes of sexuality, body, and gender, fostering an "art of living" in connection with various fields of knowledge, beyond Biology. In this perspective, we seek to highlight research that favors the (de)construction of (bio)educations as potential spaces for recognizing the diversity of lives with multiple bodies, genders, and sexualities. Especially by seeing teaching as a formative process of education and learning that goes beyond textbooks and/or curricular documents, since it encompasses multiple identities/differences, teacher subjectivities, and various pedagogies and cultural artifacts that can be reinvented daily. In this view, we aim to bring together studies that enable the (re)creation of teaching and curricula focused on the triad of bodies-genders-sexualities, which involves inventions and artistic expressions derived from connections between pedagogies and cultural artifacts (such as cinema, books, audiovisual productions…), allowing for a rethinking of knowledge and teaching practices.
 
Coordenadores / Coordinators:
ELAINE DE JESUS SOUZA (UFCA)
CLAUDIENE SANTOS (USP)
TIAGO AMARAL SALES (UFU)
  A sistematização político-acadêmica no campo dos estudos de gênero tem produzido possibilidades de compreender processos de discriminações e violências engendrados na dinâmica de relações sociais. Esses debates compõem a complexidade de um cenário nacional que demonstra o aumento dos índices de violência contra mulheres. A partir dos dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública e da pesquisa Visível e Invisível: a vitimização de Mulheres no Brasil, ambos publicados em 2023 e divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, torna-se possível identificar o crescimento nos índices importunação sexual, estupro, feminicídio e agressões em contexto de violência doméstica. Acerca deste fenômeno, organizaram-se no Brasil um significativo número de grupos de pesquisa, instituições e coletivos que, em torno da violência contra as mulheres, têm se dedicado a analisar e a propor/produzir mecanismos de enfrentamento e prevenção. Dessas organizações, entretanto, poucas têm focado no contexto da educação, do esporte e do lazer. Ausência notada nos diretórios de grupo do CNPq e nos Congressos dedicados aos estudos de gênero e sexualidade no Brasil, as manifestações nas especificidades destes contextos não possuem até então um “lugar” que congregue pesquisadoras/es, pesquisas e outros tantos sujeitos interessados nesse fenômeno. Sendo assim, pretendemos reunir investigações que, a partir de distintas matrizes teóricas, coloquem em discussão as violências de gênero no esporte, no lazer e nas instituições educacionais. Em diferentes tempos, contextos e atravessadas por marcadores sociais como sexualidade, raça, classe, deficiência, geração, religião, entre outros, as violências de gênero têm produzido assimetrias de poder no acesso ao lazer, ao esporte e à Educação, enquanto direitos sociais. Focalizar nesse debate e reunir um coletivo de pessoas que se debruçam sobre a temática em suas investigações consiste em m esforço de apontar demandas acadêmicas e um certo senso de coletividade e identidade entre esses sujeitos. Trata-se de mais um modo de enfrentamento às violências naturalizadas nos contextos do esporte, lazer e educação, estratégia fundamental para projetar outros futuros.
 
  The political-academic systematization in the field of gender studies has produced opportunities to understand processes of discrimination and violence generated in the dynamics of social relations. These debates contribute to the complexity of a national scenario that demonstrates the increase in violence against women. Based on data from the Brazilian Yearbook of Public Security and the research Visível e Invisível: a vitimização de Mulheres no Brasil (Visible and Invisible: The Victimization of Women in Brazil), both published in 2023 and released by the Brazilian Forum on Public Security, it becomes possible to identify the rise in sexual harassment, rape, femicide, and assaults within the context of domestic violence. Regarding this phenomenon, a significant number of research groups, institutions, and collectives have been organized in Brazil, focusing on violence against women, dedicating themselves to analyzing and proposing/producing mechanisms for combating and preventing such violence. However, few of these organizations have focused on the context of education, sport, and leisure. This absence is noted in the CNPq group directories and in conferences dedicated to gender and sexuality studies in Brazil, where discussions within these specific contexts have not yet found a “place” that brings together researchers, studies, and other interested parties in this phenomenon. Thus, we aim to bring together investigations that, from different theoretical frameworks, will discuss gender violence in sports, leisure, and educational institutions. In different times, contexts, and through social markers such as sexuality, race, class, disability, generation, religion, among others, gender violence has created power asymmetries in access to leisure, sports, and education as social rights. Focusing on this debate and bringing together a collective of people who engage with the topic in their research is an effort to address academic demands and foster a sense of collectivity and identity among these individuals. It is another way to confront the naturalized violence in the contexts of sport, leisure, and education, a fundamental strategy to design other futures.
 
Coordenadores /  Coordinators:
ANDRÉ LUIZ DOS SANTOS SILVA (UFRGS)
ARIANE CORRÊA PACHECO (UFSM)
HELENA PATINI LANCELLOTTI (IFRS)
  O conceito de interseccionalidade surgiu inicialmente entre feministas negras norte- americanas, com o objetivo de compreender as opressões vivenciadas por mulheres negras, que não se baseavam exclusivamente no gênero ou na raça, mas sim na intersecção dessas identidades. Trata-se de uma prática-conceito feminista, originada no contexto de intensas lutas e reivindicações, fundamentada na construção de saberes que emergem de cenários de resistência e opressão. Esses corpos estigmatizados vivenciam processos de racialização, gênero e classe, acumulando ainda outras identidades marginalizadas, o que os torna alvos de dinâmicas interseccionais de exclusão. Assim, a interseccionalidade geométrica emerge como uma abordagem que, além de considerar as relações de gênero, classe e raça, incluem dimensões como sexualidade, idade, religião e território. Desta forma, este eixo propõe a exploração das intersecções entre gênero e sexualidade e outras identidades em contextos de marginalização, enfocando populações historicamente marginalizadas e estigmatizadas, como a população encarcerada, pessoas em situação de rua, pessoas com deficiência, entre outras. Pretendemos, assim, reunir trabalhos que abordem as vivências únicas e coletivas produzidas por essas intersecções e que necessitam de uma análise aprofundada. Buscamos, nesse contexto, discutir e compreender como as interações entre esses fatores impactam as experiências individuais e coletivas dessas pessoas que enfrentam múltiplas camadas de opressão e discriminação. Por fim, esse eixo temático incentiva uma análise crítica das políticas públicas, práticas sociais e culturais, modos de existência, resistência e insurgências que levem a interseccionalidade como base analítica das dessas questões complexas e emergentes. Buscam-se também intervenções interseccionais e interdisciplinares que reconheçam a necessidade de práticas inclusivas e sensíveis às múltiplas identidades e realidades vivenciadas por esses grupos.
 

  The concept of intersectionality initially emerged among Black feminists in the United States, aiming to understand the oppressions experienced by Black women, which were not based solely on gender or race but on the intersection of these identities. It represents a feminist concept-practice, rooted in the context of intense struggles and demands, grounded in the construction of knowledge emerging from scenarios of resistance and oppression. These stigmatized bodies experience processes of racialization, gender, and class while often bearing additional marginalized identities, making them targets of intersectional dynamics of exclusion. Thus, geometric intersectionality emerges as an approach that, in addition to considering relations of gender, class, and race, includes dimensions such as sexuality, age, religion, and territory. In this context, this axis proposes exploring the intersections between gender, sexuality, and other identities in contexts of marginalization, focusing on historically marginalized and stigmatized populations, such as incarcerated individuals, homeless people, persons with disabilities, among others. The goal is to gather works that address the unique and collective experiences produced by these intersections, which demand in-depth analysis. This axis seeks to discuss and understand how the interactions between these factors impact the individual and collective experiences of people facing multiple layers of oppression and discrimination. Finally, this thematic axis encourages a critical analysis of public policies, social and cultural practices, modes of existence, resistance, and insurgencies that use intersectionality as the analytical foundation for these complex and emerging issues. It also seeks intersectional and interdisciplinary interventions that recognize the need for inclusive practices sensitive to the multiple identities and realities experienced by these groups.
 
Coordenador / Coordinator:
ELIAS FERNANDES MASCARENHAS PEREIRA (UESB)
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PERÍODO DE SUBMISSÃO

Os trabalhos para anais serão submetidos na sua área de participante até a data:

15 de janeiro de 2025
MÓDULO DE SUBMISSÃO

Os trabalhos poderão ser enviados nas modalidades:

Comunicação Oral (CO) e Pôster (PO)

IX Seminário Corpo, Gênero e Sexualidade, V Seminário Internacional Corpo, Gênero e Sexualidade e V Luso-Brasileiro Educação em Sexualidade, Gênero, Saúde e Sustentabilidade

Criações de possíveis e resistências inventivas